6 em cada 10 brasileiros apoiam regulação das redes, aponta pesquisa
Dos 60% favoráveis à regulação, exatamente a metade só é favorável se a regulação não limitar a liberdade de expressão, de acordo com o levantamento


De modo geral, a maioria da população é favorável à regulação das redes sociais. É o que aponta levantamento feito pela Nexus – Inteligência e Pesquisa de Dados, obtido pela CNN.
Segundo a pesquisa, 6 em cada 10 entrevistados responderam positivamente quando questionados sobre novas regras para o ambiente virtual. Na mesma linha, 29% se mostraram contrários e 12% preferiram não manifestar opinião a respeito.
Ao mesmo tempo, o apoio cai pela metade quando a pergunta envolve o direito à liberdade de expressão, argumento amplamente utilizado pelos opositores da regulação.
O assunto da regulamentação das redes social voltou ao noticiário com a declaração do novo presidente da Câmara à CNN, Hugo Motta, que disse achar um erro que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida sobre o assunto.
“Acho um erro o Supremo Tribunal Federal entrar nesse tema. Deveria ser discutido na Câmara e no Senado Federal”, afirmou Hugo à CNN.
Liberdade de expressão
Dos 60% favoráveis à regulação, exatamente a metade só é favorável se a regulação não limitar a liberdade de expressão, de acordo com a pesquisa. A outra metade do grupo defendem a regulação mesmo que, em alguns casos, haja limite ao direito previsto na constituição. Os 2% restantes não souberam se posicionar.
“Os dados da pesquisa revelam que 28% dos brasileiros são incondicionalmente favoráveis à regulação, percentual quase idêntico aos 29% incondicionalmente contrários. E há expressivos 30% que são favoráveis, desde que essa regulação não limite a liberdade de expressão”, afirma Marcelo Tokarski, CEO da Nexus.
“Na prática, os números mostram o forte efeito que a narrativa dos opositores, de que a regulação fere a liberdade de expressão, tem sobre importante parcela da população, reduzindo drasticamente o apoio à imposição de regras às redes sociais.”
Ainda de acordo com o levantamento, 78% dos brasileiros acham que as plataformas de redes sociais deveriam ter mais responsabilidade por suas atividades. E 64% acreditam que a regulação é uma importante forma de combater a difusão da desinformação.
A maioria acredita também que um novo regramento pode reduzir a disseminação de discursos de ódio.
Quanto à política de moderação de conteúdo — alterada pela empresa Meta nas redes sociais usadas pelos norte americanos —, a ampla maioria dos brasileiros (73%) acredita que a checagem de fatos é importante.
A maior parte (65%), no entanto, apoia a análise de conteúdo feita pelo próprio usuário.