Cardozo: Mesmo se delação de Cid caísse, outras provas são suficientes
"É evidente que ele tinha cometido delitos na sua fala, inclusive rompimento do sigilo. É evidente que ele seria preso"
Mesmo se a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), fosse anulada, outras provas são suficientes, disse o comentarista José Eduardo Cardozo no O Grande Debate desta quinta-feira (20).
“Mesmo que caia ou que viesse a cair, e eu acho que não deve cair, mas mesmo que supostamente caísse, as outras provas são suficientes, salvo descaracterizadas pela defesa, a uma condenação”, afirmou.
Nesta quinta, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, responsável pelo caso, liberou as gravações do depoimento. Em uma delas é possível ouvir o magistrado advertindo o militar que, caso continue omitindo informações, ele poderia retornar à prisão e ter benefícios e o próprio acordo firmado com a Polícia Federal (PF) revogados.
“Vejam, esse é o contexto em que se coloca. E se a gente colocar nesse contexto, fica evidente porque que Alexandre de Moraes fez isso dentro da câmera. Porque ele não está praticando uma ilegalidade dentro daquilo que ele está fazendo”, disse o comentarista.
“Quando isso acontece, o ministro Alexandre de Moraes chama Cid, e fala: ‘Olha, já tem pedido de prisão da Polícia Federal e o Ministério Público endossou, eu quero lhe dar a oportunidade do senhor resgatar a verdade’. É isso que ele está falando, por isso que ele fala com muita tranquilidade perante as câmeras.”
“É evidente que ele tinha cometido delitos na sua fala, inclusive rompimento do sigilo. É evidente que ele seria preso”, concluiu.