O mercado, a meu ver, não define eleição, afirmou o comentarista José Eduardo Cardozo no programa O Grande Debate desta quarta-feira (19).

“Se o mercado definisse eleição eu acho que o PT não teria ganhado nenhum governo até hoje no âmbito federal, porque o mercado tem um perfil neoliberal, tem um perfil que evidentemente não se compatibiliza, não é com a esquerda, mas que não se compatibiliza com os defensores do Estado de Direito Democrático Social”, disse.

A reprovação do trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disparou a 58% em março e atingiu o maior patamar desde o início do governo, mostrou pesquisa da Genial/Quaest publicada nesta quarta-feira.

O patamar também representa mais do que o dobro do aferido na última edição do levantamento, em dezembro do ano passado, quando atingiu 24%.

“O mercado não gosta do governo Lula e tanto há prova que quando Fernando entra o índice é o que ele tem hoje, depois até ganhou setores com a sua conduta, com a reforma tributária, com o seu papel correto de gestor, e hoje pelas oscilações que decorrem da situação econômica e por às vezes tomar políticas corretas, como, por exemplo, essa ideia de taxar mais os ricos para compensar com os pobres, ele acaba sofrendo um desgaste com o tal mercado”, continuou.

“Haddad faz um excelente papel no ministério da Fazenda. Claro, existem conjunturas das mais adversas que acontecem. Guerra aqui, guerra acolá, situações de câmbio, todo conjunto de situações que exige da parte do ministro alguma eficiência de comando. A economia no Brasil não vai mal, o desemprego não atingiu o país, pelo contrário”, opinou.