Três ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vão receber nesta terça-feira (13) o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, hoje visto como principal mandatário de oposição ao presidente da Argentina, Javier Milei.

A agenda oficial ocorre em meio a tensões entre os dois políticos do país vizinho relacionadas à exploração de gás na região conhecida como Vaca Muerta.

Kicillof terá agendas desde o período da manhã em Brasília com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC); com o titular da Fazenda, Fernando Haddad; e com o chanceler Mauro Vieira.

O governador de Buenos Aires, que foi ministro da Economia do governo Cristina Kirchner e se reelegeu para o cargo no ano passado em primeiro turno, pretende tratar de “avanços em ações de cooperação econômica em matéria de investimentos e projetos produtivos”, como anunciou nesta segunda-feira (12) o ministro de Governo da província, Carlos Blanco. Segundo ele, não há nenhuma previsão de encontro entre Kicillof e Lula.

O peronista desembarca no Brasil e tem reuniões com integrantes do governo petista após um importante revés em torno dos investimentos de Vaca Muerta.

No mês passado, a estatal YPF e a empresa malaia Petronas anunciaram a escolha de uma cidade da província de Río Negro para instalar uma usina de gás natural liquefeito para exportação marítima, em vez de Bahía Blanca, na província de Buenos Aires. O investimento é estimando em pelo menos US$ 30 bilhões.

Após o anúncio da decisão, o governo Kicillof atribuiu o revés a uma suposta influência política de Milei, que tem o governador de Buenos Aires como um de seus principais adversários — pelo cargo que ocupa e histórico no governo Kirchner, Kicillof é apontado como potencial candidato presidencial no país.

A província de Buenos Aires é a mais industrializada da Argentina — embora seja homônima, o território não engloba a capital do país, que é uma cidade autônoma governada pelo prefeito Jorge Macri, primo e aliado do ex-presidente Mauricio Macri.

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