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    Iuri Pitta
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    Iuri Pitta

    Jornalista, mestre em administração pública e governo e professor universitário. Atuou como repórter, editor e analista em coberturas eleitorais desde 2000

    William Waack

    Análise: PRF põe à prova decreto de uso da força nas polícias

    Não é por decreto que se corrigem problemas históricos e estruturais do combate ao crime no Brasil

    Em menos de 24 horas, a cultura de guerra no enfrentamento ao crime colocou à prova o decreto que joga luz sobre o uso da força pelas polícias.

    Para azar do governo Lula, a tragédia que destruiu a noite de Natal da família de Juliana Rangel foi provocada por integrantes da Polícia Rodoviária Federal.

    Trata-se da mesma instituição que o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, quer transformar em uma polícia ostensiva federal, por meio da PEC da segurança pública que ainda precisa ser enviada ao Congresso.

    E que no governo passado se envolveu no caso Genivaldo de Jesus, que morreu asfixiado em uma câmara de gás improvisada no porta-malas de uma viatura em Sergipe.

    Não que outros agentes públicos armados não pudessem cometer um erro tão bárbaro como disparar rajadas de tiros contra um carro ocupado por civis inocentes. A questão é o rigor com que absurdos assim são tratados.

    Lembremos: na semana passada, o Superior Tribunal Militar reduziu a praticamente um décimo a pena original dos militares que dispararam 257 tiros contra o músico Evaldo Rosa e o catador Luciano Macedo, em 2019.

    A triste coincidência entre mais uma inocente baleada por engano e a publicação de um decreto que tenta sistematizar o óbvio: agentes de segurança podem usar a força, mas isso não é sinônimo de licença para matar a esmo. Expõe outra dura obviedade: não é por decreto que se corrigem problemas históricos e estruturais do combate ao crime no Brasil.

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