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    Isabel Mega
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    Isabel Mega

    Mineira, gosta de uma boa prosa. Filha do rádio, ouve, observa e explica as complexidades da política direto de Brasília

    Voto feminino completa 93 anos, com equidade na política como desafio

    Números de candidatas em eleições ainda é muito menor do que o de homens

    O voto feminino completa 93 anos nesta segunda-feira (24), com uma participação de mulheres na política ainda considerada muito aquém do esperado.

    Oficializado em 1932, o direito ao voto abriu caminho para a maior participação das mulheres na política, mas dados das últimas eleições mostram que o desafio de ampliar a representatividade feminina ainda são grandes.

    Elas são a maioria do eleitorado brasileiro (52%), mas representaram somente 34% das candidaturas nas últimas eleições, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    “Cotas de gênero em registros de candidatura e recursos públicos destinados às candidaturas femininas foram implementados para garantir maior representatividade na política. Mas, nas eleições de 2024, em números absolutos, houve uma queda significativa de 27 mil candidaturas femininas para o cargo de vereador”, afirma a advogada do escritório Vernalha e Pereira especialista em direito eleitoral e político, Nahomi Helena.

    Os resultados do último pleito estão longe de materializar uma proporção que possa ser lida como mais equitativa, ainda que tenham representado um ligeiro aumento em relação a 2020, quando 16% dos eleitos foram mulheres.

    As mulheres eleitas para vereadoras em 2024 somam 18,2% do total de candidatos, frente aos 81,8% de homens eleitos para as câmaras municipais. Ou seja, as mulheres são quase duas em cada dez vereadores eleitos no país em 2024.

    Apenas duas mulheres se elegeram prefeitas em capitais: Emília Corrêa (PL), em Aracaju, e Adriane Lopes (PP), em Campo Grande. Em 2020, apenas uma prefeita de capital foi eleita.

    O Brasil ainda ocupa a 135ª posição entre 190 países do ranking elaborado pela Inter-Parliamentary Union (União Interparlamentar) sobre presença feminina em parlamentos.

    Segundo especialistas, a presença feminina no cenário político tem potencial para ampliar a discussão de pautas essenciais, como a violência doméstica, a licença-maternidade e a igualdade salarial.

    O Observatório Nacional da Mulher na Política (ONMP) aponta que desde 1994 o aumento da participação feminina no Congresso Nacional, ainda que modesto, resultou em maior quantidade de leis voltadas às mulheres.

    “O direito ao voto abriu portas, mas garantir a presença efetiva das mulheres nos espaços de Poder ainda é um desafio. Precisamos fortalecer as políticas públicas e os mecanismos de fiscalização para assegurar que as mulheres não apenas concorram, mas tenham reais condições de serem eleitas e exercerem seus mandatos com segurança e autonomia”, afirma a especialista em direito eleitoral e político Maitê Marrez.

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