Vídeo da Marinha desagrada Lula e afeta negociação sobre carreira militar
Discurso no Palácio do Planalto é de que, agora, é necessário “esperar a ferida fechar”
O vídeo divulgado no último fim de semana em que a Marinha do Brasil questiona a existência de privilégios para os militares afetou a negociação sobre a reestruturação da carreira nas Forças Armadas.
Segundo relatos de assessores do governo à CNN, a veiculação do material desagradou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pode atrasar o envio da proposta ao Congresso Nacional.
O material foi veiculado um dia depois de o presidente ter se reunido com a cúpula das Forças Armadas para discutir regra de transição para a idade mínima.
No Palácio do Planalto, a divulgação do material foi avaliada como “fora de timing”. O discurso é de que agora é necessário esperar “a ferida fechar”.
A expectativa era de que a proposta fosse enviada nesta semana ao Congresso Nacional. Ela estabelece período de sete anos, a partir de 2025, para que os militares se adequem a idade mínima de 55 anos para passarem para a reserva.
Como mostrou a CNN na sexta-feira (29), a partir de 2032 todos os militares terão que cumprir a idade mínima de 55 anos para deixar a ativa.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, classificou o vídeo, em postagem nas redes sociais, como um “grande erro”.
Conforme mostrou a CNN, a Marinha divulgou um vídeo em que compara momentos de extrema ação da carreira na Força à vida de cidadãos civis em momentos de lazer.
Ao final do filme, que tem um minuto e 15 segundos, uma militar diz: “Privilégios? Vem para Marinha”.
O vídeo foi produzido em comemoração ao Dia do Marinheiro, celebrado em 13 de dezembro.
A ideia era justamente mostrar que a carreira militar tem peculiaridades e privações que não podem ser comparadas aos profissionais civis.