Bolsonaro assume articulação para destravar projeto que anistia envolvidos
Ex-presidente deve buscar, nas próximas semanas, apoio de dirigentes de partidos do Centro para fazer proposta avançar no Congresso
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem aproveitado a queda na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para articular o avanço do projeto de lei que anistia os condenados do 8 de janeiro. O dirigente da direita assumiu a articulação da proposta e começou uma rodada de negociações com partidos de centro e de direita.
Bolsonaro já conversou com o PSD e com a União Brasil. Segundo deputados bolsonaristas, o ex-mandatário do Palácio do Planalto deve dialogar também com PP, Republicanos, MDB e PSDB.
A ideia é pelo menos conseguir apoio para iniciar uma tramitação da proposta em comissão especial, como pretendia o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
O presidente da Casa Legislativa, Hugo Motta (Republicanos-PB), se comprometeu a pautar a proposta caso haja apoio entre os líderes partidários.
No Senado, por outro lado, o presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) tem afirmado que o tema não é prioridade para ser analisado.
Caso a proposta seja aprovada, ela precisa ser sancionada por Lula, o que é considerado impossível por aliados. Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) considera a proposta inconstitucional.
Nas conversas com os dirigentes partidários, Bolsonaro tem alegado que o objetivo é anistiar aqueles que foram condenados a penas duras.
O ex-presidente também alega nos encontros que a proposta não o beneficia. A expectativa é de que, nesta semana, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente uma denúncia contra Bolsonaro no âmbito do inquérito que apura a orquestração de um golpe de Estado em 2022 para tentar impedir a vitória e a posse do presidente Lula.