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    Fernando Nakagawa
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    Fernando Nakagawa

    Repórter econômico desde 2000. Ex-Estadão, Folha de S.Paulo, Valor Econômico e Gazeta Mercantil. Paulistano, mas já morou em Brasília, Londres e Madri

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    Construir nova refinaria da Petrobras é segurança nacional, diz Silveira

    Em Davos para promover projetos de transição energética, Ministro de Minas e Energia defende que nova planta poderia reduzir dependência do Brasil de combustíveis importados

    O Brasil precisa de uma nova refinaria de petróleo. A defesa foi feita pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial, disse que uma nova refinaria representaria “segurança nacional” na oferta de energia às empresas e pessoas.

    “É, precisa… Tanto que nós ainda importamos gasolina e importamos diesel”, disse o ministro em entrevista exclusiva ao CNN Money, ao comentar o uso recorde da capacidade instalada das refinarias da Petrobras em 2024.

    “É importante que a gente amplie (capacidade de refino). Isso é segurança nacional, segurança energética e é obrigação do governo”.

    Com essa leitura, Silveira argumenta que cabe ao Ministério liderar essa pauta.

    “O Ministério de Minas e Energia é o responsável pelas políticas públicas que garantam o suprimento adequado de energia elétrica e de combustíveis à indústria e às pessoas”.

    Entre os grandes combustíveis, o Brasil só é autossuficiente no gás de cozinha. Entre os demais, há importação em todos os segmentos.

    Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) indicam que o diesel importado representou 18% de todo o mercado brasileiro em novembro de 2024. Um ano antes, a fatia era ainda maior, de 24%. Na gasolina, os porcentuais de participação do combustível importado são menores: atualmente abaixo de 10%.

    O discurso de Silveira por uma nova refinaria da Petrobras pode destoar da pauta de transição energética que o ministro trouxe ao Fórum Econômico Mundial.

    Em Davos, o Brasil tenta atrair recursos para projetos de transição energética. Em vários painéis, o país é ouvido como fonte de energia verde, e como pode ajudar na transição ecológica.

    Apesar desse sinal trocado entre combustível fóssil e transição energética, não é a primeira vez que o governo brasileiro se vê diante de atos que podem parecer contraditórios.

    Enquanto prepara a COP30 em Belém, o mesmo governo federal cobra celeridade do Ibama para a liberação das licenças ambientais para a exploração de petróleo da margem equatorial na Foz do Amazonas.

    Durante um dos painéis em Davos, Alexandre Silveira deu pistas do entendimento do governo sobre o tema, e – de antemão – se explicou com o argumento de que não há contradição.

    O ministro argumenta que o mundo vive uma “transição energética e não troca energética”. Dessa forma, combustíveis fósseis e limpos coexistirão por algum tempo.

    E, lembra o ministro brasileiro, a demanda por petróleo vai continuar existindo. Portanto, vender esse produto poderá, inclusive, ajudar a financiar a transição energética no Brasil.

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