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    Fernando Nakagawa
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    Fernando Nakagawa

    Repórter econômico desde 2000. Ex-Estadão, Folha de S.Paulo, Valor Econômico e Gazeta Mercantil. Paulistano, mas já morou em Brasília, Londres e Madri

    Não somos protecionistas, mas reconheço força do agro do Brasil, diz ministro da Economia da França

    Presidente Emmanuel Macron fará visita oficial ao Brasil no fim do mês e vai ampliar cooperação em energia, inclusive nuclear

    Diante de negociações emperradas para um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, o ministro de Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire, negou à CNN que o governo Emmanuel Macron seja protecionista.

    Para o ministro, a falta de condições justas e a preocupação com questões climáticas impedem o avanço da negociação para a área de livre comércio.

    Em entrevista durante o G20 financeiro realizado em São Paulo, Le Maire rejeitou críticas e reclamações sobre o comportamento francês nas negociações. “Eu sei das críticas, mas elas não estão corretas. Não somos protecionistas”.

    Um dos argumentos do ministro é que acordos comerciais foram fechados recentemente por Paris com os governos do Canadá e Japão. “Estamos abertos para acordos comerciais desde que sejam com bases justas. Mas, até agora, essas condições (com o Mercosul) não foram atingidas”, argumentou.

    Questionado sobre as reclamações do agronegócio brasileiro e qual mensagem enviaria ao setor, Le Maire reconheceu a força e a eficiência do campo no Brasil, mas ressaltou que o segmento também é forte e eficiente na França.

    “Nós somos muito conscientes da eficiência e do sucesso desse setor no Brasil. É algo bom para o Brasil, pois é um setor chave. A mesma coisa acontece na França. Temos um setor muito forte na França. Então, nós conseguimos entender os setores”, disse.

    Sobre a falta de avanço das negociações entre europeus e sul-americanos, o ministro foi lacônico.

    “Os requerimentos não foram atingidos. Eu não tenho muito a dizer além disso. Até agora, as condições não foram atingidas. E nós continuamos preocupados com as mudanças climáticas”.

    Atualmente, o governo Macron tem sofrido forte pressão do setor agrícola — que é absolutamente contrário à abertura comercial da França a qualquer acordo comercial com áreas competitivas, como o Mercosul. Protestos têm sido registrados há várias semanas contra a abertura comercial do país.

    Macron e energia nuclear

    Bruno Le Maire teve ontem uma reunião com Fernando Haddad, ministro da Fazenda. No encontro, os dois discutiram, entre outros temas, a primeira visita oficial que o presidente Emmanuel Macron fará ao Brasil, no fim do mês.

    Os ministros discutiram a ampliação da cooperação entre os dois países, especialmente em energias limpas. Entre elas, a energia nuclear – segmento em que o governo francês está investindo para descarbonizar a matriz energética do país.