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    Fernando Nakagawa
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    Fernando Nakagawa

    Repórter econômico desde 2000. Ex-Estadão, Folha de S.Paulo, Valor Econômico e Gazeta Mercantil. Paulistano, mas já morou em Brasília, Londres e Madri

    CNN Brasil Money

    Lula 3 é Dilma 2 – o retorno, diz Deutsche Bank

    Banco alemão prevê que a economia brasileira deve crescer menos que 2% em 2025, inflação ficará perto de 5% e a taxa Selic pode chegar a 14,5%

    O terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva tem cada vez mais a cara do segundo mandato de Dilma Rousseff na economia. A avaliação é do banco alemão Deutsche Bank. Em relatório sobre as perspectivas da economia em 2025, o banco resume o capítulo sobre o Brasil com o título “Dilma II, Reloaded”.

    O Emerging Markets Outlook 2025 enviado nesta quarta-feira aos clientes do banco alemão faz uma avaliação dura sobre as condições econômicas do Brasil.

    A equipe liderada do diretor do Deutsche em Nova York, Drausio Giacomelli, cita que o Brasil é um dos países mais vulneráveis entre os emergentes diante das dificuldades no crescimento e reformas fiscais.

    “A estratégia do governo de expandir as transferências para a classe média gera riscos fiscais, maior inflação e moeda mais fraca”, cita o documento. Para o banco alemão, o pacote fiscal divulgado na semana passada “indica que o atual presidente favorece o aumento das transferências para atingir a classe média às custas da sustentabilidade fiscal e da inflação”.

    Diante do cenário, o Deutsche prevê que a economia brasileira deve crescer menos que 2% em 2025. Ao mesmo tempo, a inflação deve operar fora da meta com aumento de 5% no próximo ano, especialmente como reflexo do câmbio desvalorizado. Para o banco alemão, a dívida pública deve alcançar 90% do PIB até 2027.

    Para reagir a esse cenário de mais inflação e falta de ancoragem das expectativas, o Banco Central terá de reagir. Para o Deutsche, a taxa Selic deve chegar a 14,5%.

    “Historicamente, a inflação e câmbio no Brasil têm sido intimamente associados à política fiscal. O aperto de 7,25% em 2013 para 14,25% em 2014 seguiu o fracasso fiscal durante o governo Dilma, quando superávits primários de 2% do PIB deram lugar a déficits primários que atingiram 3% do PIB quando a economia afundou em 2016”, lembram os economistas.

    Dilma, o retorno

    O relatório faz outra comparação do desempenho econômico do atual governo. Para os economistas do banco, o governo Lula “tem sido uma combinação de políticas baseadas na demanda para aumentar a popularidade”.

    “Para as classes mais baixas, o governo estendeu o Bolsa Família e vários outros programas sociais. Ao mesmo tempo, impulsionou o crédito à classe média e ao empresariado por meio do BNDES e de outros bancos públicos”, citam os economistas do banco.

    Diante desse quadro, o banco cita que “podemos ver uma fração da expansão de mais de 10% do mandato de Dilma”.

    O banco alemão cita, ainda, que o próximo ano “será crucial para o futuro da economia e dos mercados, porque as coalizões políticas se formarão em torno dos candidatos mais promissores para as eleições presidenciais de 2026”.

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