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    Fernando Nakagawa
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    Fernando Nakagawa

    Repórter econômico desde 2000. Ex-Estadão, Folha de S.Paulo, Valor Econômico e Gazeta Mercantil. Paulistano, mas já morou em Brasília, Londres e Madri

    Davos começa sob a sombra – e o temor – de Trump

    Fórum Econômico Mundial teme incertezas geradas por uma economia mais fragmentada e protecionista com o novo presidente dos EUA

    6.770 quilômetros separam Davos, nos Alpes Suíços, e Washington DC, nos Estados Unidos. As duas cidades, porém, nunca estiveram tão conectadas. O Fórum Econômico Mundial começa amanhã, 20, sob a sombra da posse de Donald Trump.

    Evento geopolítico e econômico mais exclusivo do planeta, o Fórum de cinco dias começa ansioso pelos próximos quatro anos. O temor é que a volta de Trump seja mais um golpe para o desejo da elite global que sobe anualmente aos Alpes Suíços para defender, há décadas, um mundo com menos barreiras.

    O Fórum reconhece que a economia global está sob considerável pressão.

    A incerteza – que já era elevada – cresce ainda mais com a expectativa de mudanças profundas nos Estados Unidos. A adoção de medidas protecionistas deve gerar uma série de implicações dentro e fora da economia norte-americana.

    Em um mundo tão dividido pela política, Davos experimenta um raro consenso sobre os EUA.

    Pesquisa com economistas-chefes que participam do Fórum Econômico Mundial revela que 94% esperam que haverá fragmentação nas cadeias de produção de bens, e incontestáveis 100% acreditam que haverá mais protecionismo.

    A fragmentação deverá ser resultado da volta da disputa entre EUA e China. Entre os economistas do Fórum, 68% apostam que a guerra comercial entre as duas potências será ampliada nos próximos três anos.

    Diante de tanta certeza de que o mundo será, a partir de amanhã, menos aberto para o comércio, o Fórum Econômico Mundial aposta em outras agendas.

    Em Davos, líderes globais querem encontrar caminhos para tentar reconstruir a confiança.

    Nesse esforço, a Inteligência Artificial é encarada como um grande instrumento para tentar repactuar o futuro. Para a elite global, a tecnologia cada integrada à vida, como biotecnologia, computação quântica e a própria inteligência artificial, podem ser caminhos para virar a página.

    Em um mundo das máquinas, é preciso saber, apenas, se os humanos permitirão.