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    Fernando Nakagawa
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    Fernando Nakagawa

    Repórter econômico desde 2000. Ex-Estadão, Folha de S.Paulo, Valor Econômico e Gazeta Mercantil. Paulistano, mas já morou em Brasília, Londres e Madri

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    Argentina se opõe às políticas de igualdade de gênero no G20 no Rio

    Diplomatas que participam do encontro citam que vitória de Donald Trump pode estar por trás da posição mais radical da diplomacia argentina

    A diplomacia da Argentina adotou tom mais duro sobre pautas caras à esquerda e ao Brasil. A estratégia está sendo usada no Rio de Janeiro, onde diplomatas estão reunidos desde ontem (12) para o encontro de cúpula das 20 maiores economias do mundo.

    Na reunião preparatória para a reunião de chefes de Estado, representantes da Argentina têm expressado oposição mais assertiva aos temas desalinhados ao governo de Javier Milei. O tema foi reportado pela Folha de S. Paulo e confirmado pela CNN.

    No Rio, a oposição mais forte da Argentina foi, pelo menos até agora, contra políticas de igualdade de gênero defendidas pelo Brasil.

    Diplomatas que participam do encontro citam que a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos renovou a energia de líderes à direita e poderia estar por trás da posição mais radical da diplomacia argentina.

    A oposição de Milei às políticas progressistas, porém, não é nova no campo internacional. O próprio G20 viveu isso há pouco mais de um mês. A diferença é que, agora, estaria mais explícita.

    Nos dias 8 e 9 de outubro, Brasília recebeu a última reunião técnica de Mulheres do G20. No encontro, a Argentina marcou posição ao não concordar com todo o comunicado de 14 páginas produzido pelo Grupo de Trabalho Empoderamento de Mulheres.

    Esse grupo foi criado pela presidência da Índia em 2023 e mantido pelo Brasil neste ano.

    No documento final desse grupo de trabalho, a Argentina não quis assinar o documento – e pediu para ser excluída totalmente do documento final que foi teve apoio de todos os outros países do grupo, como Arábia Saudita, China, Estados Unidos e Rússia.

    “A presidência brasileira da Reunião Ministerial do G20 sobre Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres observa que todos os membros do grupo, exceto a Argentina, concordaram com o conteúdo do seguinte texto”, cita o documento de 14 páginas no primeiro parágrafo.

    Mondino e Cuba

    Esse não é a primeira polêmica da diplomacia argentina no atual governo. Diana Mondino, ex-ministra de Relações Exteriores de Milei, perdeu o cargo no fim de outubro após o país condenar o embargo econômico dos EUA contra Cuba.

    Para o lugar, Milei anunciou Gerardo Werthein, empresário e ex-embaixador em Washington, como novo chanceler. A posse aconteceu com um juramento do diplomata sob a Torá, livro sagrado do judaísmo.

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