Acordo Caipirinha: cachaça, limão e açúcar do Brasil terão imposto zero na UE
Mercosul aceitou proposta agrícola dos europeus que apresentou redução impostos de importação em 14 grupos de produtos do agronegócio sul-americano
Se os europeus quiserem comemorar o acordo comercial com o Mercosul com um brinde, a caipirinha poderá ser uma boa pedida — até porque ficará mais barata.
O acordo fechado em Montevidéu prevê que os três ingredientes da mais brasileira das bebidas ficarão isentos de impostos de importação.
O acordo celebrado com o “sim” dos países sul-americanos ocorreu com uma nova oferta agrícola feita pela União Europeia. Nessa proposta, Bruxelas ofereceu condições para reduzir impostos de importação em 14 grandes grupos de itens do agronegócio.
As ofertas vão desde a polêmica carne bovina do Mercosul (cota anual de 99 mil toneladas para entrada na Europa com redução de impostos) até o mel (limite de 45 mil toneladas por ano com benefício).
E, nessa lista de compras, a caipirinha vai sair ilesa dos impostos.
O acordo prevê que a cachaça em garrafas de até dois litros terá o comércio liberado na União Europeia em quatro anos. Atualmente, as que chegam do Brasil pagam imposto de importação de 8% ao entrar no mercado europeu.
Com a cachaça isenta no copo, é preciso espremer um limão (que é diferente do vendido por lá).
O acordo prevê que frutas — como limão, melões, melancias, uvas e maçãs — não estarão sujeitas a cotas e terão tarifas de importação completamente eliminadas.
Portanto, zero imposto no limão.
Para terminar, é preciso açúcar. Mas vamos combinar que não pode ser o de beterraba, né?
O açúcar da cana produzido pelo Mercosul terá entrada facilitada no mercado europeu: serão 180 mil toneladas por ano com o início do acordo com redução de impostos.
Aí, resta apenas o gelo — que pode ser europeu mesmo.
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