Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Fernando Nakagawa
    Blog

    Fernando Nakagawa

    Repórter econômico desde 2000. Ex-Estadão, Folha de S.Paulo, Valor Econômico e Gazeta Mercantil. Paulistano, mas já morou em Brasília, Londres e Madri

    Gasto de turistas estrangeiros dispara 21% e atinge recorde de US$ 2 bi no trimestre

    Facilitação de vistos, novos voos internacionais e moeda forte são citados como razões do maior fluxo de estrangeiros no Brasil

    Turistas estrangeiros nunca gastaram tanto dinheiro em viagens no Brasil. Dados do Banco Central mostram que esses viajantes no Brasil deixaram US$ 2,065 bilhões em despesas no país no acumulado do primeiro trimestre do ano. Esse é o maior valor da série histórica.

    De janeiro a março, a soma dos gastos de estrangeiros no Brasil saltou 21% na comparação com igual período do ano passado. Assim, pela primeira vez na história, estrangeiros deixaram mais de US$ 2 bilhões no primeiro trimestre do ano – cerca de R$ 10 bilhões.

    Por dia, o gasto dos turistas internacionais já soma US$ 22,7 milhões ou cerca de R$ 115 milhões.

    O setor de turismo aponta para uma série de fatores para o aumento do fluxo de estrangeiros no país.

    A primeira lembrança é a facilitação dos vistos para alguns dos principais mercados emissores de turistas: Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão.  A medida foi adotada na gestão Jair Bolsonaro e o atual governo ameaçou tirar o benefício a esses países diante da regra de reciprocidade de tratamento diplomático.

    Mas, diante do bom resultado da política, o benefício já foi prorrogado três vezes. A mais recente decisão estende a isenção de vistos até abril de 2025.

    Outra razão é a volta dos voos internacionais. Desde o pior momento da pandemia, a conectividade dos aeroportos brasileiros com outros países cresceu bastante. Todas as grandes companhias internacionais que operavam nos principais terminais voltaram ao Brasil. No fim de abril, por exemplo, a Air China retomou o longo voo entre São Paulo e Pequim após três anos de interrupção.

    Há, ainda, novos voos, como os de companhias de baixo custo da América Latina. JetSmart e Sky ligam várias capitais brasileiras a Santiago, Lima, Buenos Aires e Montevidéu. A britânica Virgin também anunciou a estreia na América do Sul na concorrida rota entre São Paulo e Londres.

    Uma terceira razão diz respeito ao bolso dos estrangeiros. A maior inflação em décadas nos EUA e Europa reduziram expressivamente o poder de compra dos estrangeiros. E, muitos têm buscado outros países para viver – especialmente diante da popularização do trabalho remoto.

    Para muitos estrangeiros, o Brasil é um país barato. No Tiktok e Instagram, é comum ver estrangeiros mostrando viagens a cidades brasileiras e o custo de vida considerado baixo é sempre destacado.