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    Débora Oliveira
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    Débora Oliveira

    Certificada pelo Programa B3 de Formação Continuada em Mercado de Capitais para jornalistas com atuação em grandes emissoras, como SBT, Band e RedeTV, e analista de economia sem economês

    PIB: baixa taxa de investimento continua sendo ponto fraco da atividade econômica brasileira

    Detalhamento dos números revela "calcanhar de aquiles" do país, diz especialista

    O segundo trimestre de 2024 fechou com a taxa de investimento da economia brasileira em 16,8%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou o resultado da atividade econômica do país nesta terça-feira (3).

    Se comparado ao número do período imediatamente anterior, houve uma alta de 0,4 ponto percentual, o que leva a taxa entre abril e junho deste ano a ser a mais forte para o segundo trimestre desde 2021 (17,3%).

    Isso pode ser explicado, principalmente, pelo crescimento superior, em volume, da Formação Bruta de Capital Fixo em relação ao PIB, segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

    Apesar dessa alta, o número permanece fraco e preocupante na visão de especialistas do mercado, principalmente se comparado ao de outros países emergentes.

    “Por mais que tenha tido algum aumento de 16,4% para 16,8%, a taxa de investimento ainda é muito mais baixa do que a média da maioria dos países emergentes, que está na casa dos 23%. Na América Latina a média está em 22%, e se considerarmos só os maiores países latinos, essa taxa de investimento chega a 20%”, explica Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

    “Ou seja, não importa muito a base de comparação, esse com certeza é o ‘calcanhar de aquiles’ do crescimento brasileiro, o que impede um progresso talvez um pouco mais sustentável, com uma distribuição de renda um pouco maior”.

    Isso faz com que o Brasil continue na lista do Fundo Monetário Internacional (FMI) dos 20 países com as piores taxas de investimento do mundo, impedindo um crescimento progressivo e sustentável da atividade econômica, causando estagnação, como explica o economista e especialista em contas públicas Murilo Viana.

    “Isso torna bastante improvável o rompimento da barreira da renda média e é um dos principais fatores que explica a nossa estagnação em termos de produtividade, uma estagnação secular. Desde o final dos anos 70 o Brasil patina em termos de renda per capita e ficou para trás em relação a outros países”, diz o especialista.

    E quando se trata do desafio do crescimento econômico, Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, acredita que isso não tem como ocorrer efetivamente sem passar pela elevação dos investimentos e pela recuperação das exportações de maior valor agregado.

    Para ele, sem esses dois vetores, também não conseguiremos escapar da armadilha da renda média. Neste caso, Salto explica, ainda, que a diminuição dos juros é fundamental, dependendo da busca do reequilíbrio das contas públicas, que aqui pode ser entendido como a retomada das condições de sustentabilidade da dívida em relação ao PIB, por meio de superávits primários.

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