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    Débora Bergamasco
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    Débora Bergamasco

    Débora Bergamasco é jornalista, com passagem pelas redações de Estadão, Folha, O Globo, Época, IstoÉ e SBT

    Análise: o que Lula fez por Pacheco não pode fazer por Lira

    Presidente lançou o chefe do Senado ao governo de Minas

    Sem maioria no Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agrada como pode os presidentes da Câmara e do Senado.

    Nesta semana, cumpriu agendas em Minas Gerais. Foi anunciar obras no segundo maior colégio eleitoral do país. Levou apoio para pré-candidatos a prefeituras antes que expire o prazo eleitoral para que os aspirantes participem de eventos como esses.

    Lula levou a tira-colo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). E já o lançou ao governo de Minas ou à reeleição.

    ele quer ser candidato ao Senado, se ele quer ser candidato a governador. Mas eu acho que ele tem todas as condições de fazer uma disputa eleitoral aqui e ganhar as eleições. Mas eu não posso decidir por Minas Gerais”]Eu acho que ele é hoje, publicamente, a figura pública mais importante de Minas Gerais. As coisas só vão acontecer se ele quiser. Eu não sei se [na eleição de 2026] ele quer ser candidato ao Senado, se ele quer ser candidato a governador. Mas eu acho que ele tem todas as condições de fazer uma disputa eleitoral aqui e ganhar as eleições. Mas eu não posso decidir por Minas Gerais

    ”Luiz

    Lula sabe muito bem que o acordo é Pacheco na disputa como governador e a vaga de senador deve ser disputada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também do PSD. Os dois terão apoio do petista.

    Depois dos gestos presidenciais, ninguém no governo vai achar de bom tom que Pacheco saque da cartola uma nova pauta bomba nos próximos dias.

    Mas com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tudo é diferente. Num futuro próximo, não há perspectivas de que Lula possa lançar o deputado ao governo de Alagoas, nem para a pretendida vaga ao Senado Federal. Tampouco poderá admitir que Lira “é hoje, publicamente, a figura pública mais importante” alagoana, como fez com Pacheco sobre Minas.

    É que, na história de Lula, existe um aliado de décadas, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), liderança adversária à família Lira no estado.

    Caso Lula não consiga selar a paz entre os rivais — como tem tentado, sem sucesso –, em 2026 Arthur Lira e Renan Calheiros vão disputar uma vaga pelo Senado. Lira,
    pela primeira vez. Calheiros buscará seu quinto mandato consecutivo.

    Até fevereiro do ano que vem, quando Lira deixará à Presidência da Câmara, Lula vai ter que apostar em outra linguagem para ir toureando suas pautas na casa do povo.

     

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