“Taxa das blusinhas”: Para o governo, retorno fiscal não compensa impopularidade
Ao montar ofensiva contra taxação de compras até US$ 50, governo priorizou impacto na imagem do presidente Lula
Ao montar a ofensiva que tentará barrar no Congresso a taxação de compras até US$ 50, o governo avaliou que o retorno fiscal da medida não compensaria o ônus de popularidade que ela traria ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmam líderes da base ouvidos pelo blog.
Segundo essas fontes, o Planalto antevê uma disputa dura caso o assunto seja de fato levado à votação na Câmara, dada a forte pressão da indústria e a adesão de boa parte dos partidos à medida.
O governo tentará conter a votação do “jabuti” inserido no projeto do programa Mover, que impõe a cobrança de impostos sobre esse tipo de compra.
A proposta impacta diretamente em produtos comercializados por grandes varejistas chinesas como Shopee, Shein e AliExpress.
Nesta quinta-feira, Lula levantou a possibilidade de vetar a emenda, caso ela seja aprovada. Mas a medida, como adiantou o blog na terça-feira, vem ganhando adesão na Câmara dos Deputados, com endosso inclusive do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Lira alega que a taxação ajudaria a corrigir uma distorção na concorrência imposta à indústria nacional.
O governo chegou a ensaiar no ano passado a taxação das compras até US$ 50 por iniciativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que acabou desautorizado por Lula.
O presidente, segundo interlocutores, segue irredutível em relação ao assunto. Nas palavras de um líder com trânsito livre no Planalto, Lula não quer e é assim que vai ser.