Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Clarissa Oliveira
    Blog

    Clarissa Oliveira

    Viveu seis anos em Brasília. Foi repórter, editora, colunista e diretora em grandes redações como Folha, Estadão, iG, Band e Veja

    Lula inclui aceno à base histórica em nova fase da reforma

    Negociações apontam para mudanças que ajudem a reconstruir ponte com movimento social

    Resolvido o novo formato da articulação política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abre mais uma rodada de negociações da reforma ministerial com um aceno à base histórica dele.

    Ainda é incerto qual será o tamanho do agrado. Mas é crescente, entre interlocutores próximos do presidente, a avaliação de que é indispensável alguma atenção aos movimentos sociais, que passaram os últimos dois anos frustrados com a volta de Lula ao Planalto.

    Conselheiros do presidente têm manifestado, nos bastidores, a preocupação com 2026. Há o temor de que a frustração nos movimentos sociais prejudique ainda mais a mobilização do governo, já tida como altamente prejudicada na comparação com mandatos passados de Lula.

    A Secretaria-Geral da Presidência é, neste momento, o principal ponto de atenção. A ida de Gleisi Hoffmann para a pasta de Relações Institucionais desencadeou a busca por outra opção capaz de afinar a relação com movimentos sociais.

    Como revelou o jornal Folha de S.Paulo, o nome de Guilherme Boulos passou a ser ventilado para a vaga. Ainda assim, permanecem, no radar, nomes como o do ex-ministro Paulo Pimenta, que chegou a ser cotado para esse cargo quando deixou o comando da Secom.

    Se avançar, a articulação em torno de Boulos pode reacender uma pressão antiga para que ele se filie ao PT. A demanda chegou a permear as conversas para que Lula apoiasse Boulos na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Boulos resistiu, mas a tese de alguns petistas é que uma filiação poderia abrir portas para o deputado em eleições futuras.

    Além disso, o PSOL já comanda o Ministério dos Povos Indígenas. E, na visão de líderes petistas, entregar à sigla a Secretaria-Geral seria superdimensionar o PSOL na Esplanada.

    A nova rodada de conversas para a reforma ministerial também alcança a pasta do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, hoje comandada por Paulo Teixeira. O ministro passou os últimos dois anos com a missão de acalmar as demandas dos movimentos de terra, insatisfeitos com as entregas de Lula, em especial na reforma agrária.

    Embora circule a ideia de que o ministro poderia ser substituído, alguns petistas avaliam que Lula tem dado sinais claros de que apoiará a permanência de Teixeira no cargo. A receptividade será testada nos próximos dias, na viagem que Lula fará junto com o ministro no fim desta semana. Os dois estarão em Minas Gerais e farão visitas a assentamentos do MST na região.

    Tópicos