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    Clarissa Oliveira
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    Clarissa Oliveira

    Viveu seis anos em Brasília. Foi repórter, editora, colunista e diretora em grandes redações, como Folha, Estadão, iG, Band e Veja

    Lula ganha tempo com caso Juscelino e aproveita para aliviar articulação, dizem aliados

    Presidente joga discussão sobre destino do ministro para depois da viagem à Europa e deve cobrar maior adesão do União Brasil à base no Congresso

    A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de dar sobrevida ao ministro Juscelino Filho, das Comunicações, deve ajudar a aliviar a articulação política do governo.

    A avaliação de aliados do presidente ouvidos pelo blog é que a permanência do ministro no cargo deve ajudar a pressionar o União Brasil a entregar votos no Congresso para votações estratégicas, em especial na pauta econômica.

    Entre ontem e hoje, líderes petistas passaram a cobrar em reservado a troca do ministro. Integrantes do partido do presidente descreveram a situação como insustentável e dizem enxergar o risco de colar no governo um “carimbo” que remete à corrupção.

    No Planalto, entretanto, o discurso é bem mais ameno. Fontes palacianas destacam que nenhuma decisão sobre a Esplanada será tomada de sobressalto e que o melhor é esperar a poeira baixar.

    Ao tratar publicamente do tema, Lula disse que Juscelino tem “o direito de se defender”.

    “Eu acho que o fato de o cara ser indiciado não significa que o cara cometeu um erro. Significa que alguém está acusando e que a acusação foi aceita. Agora, eu preciso que as pessoas provem que são inocentes e ele tem o direito de provar que é inocente. Não conversei com ele ainda, eu vou conversar hoje (13) e vou tomar uma decisão sobre esse assunto”, disse Lula.

    Vários fatores devem influenciar a decisão do presidente, de acordo com líderes ouvidos pelo blog. Um deles é que Lula gostaria que uma eventual troca nas Comunicações — se ocorrer — viesse dentro de um pacote mais amplo de uma reforma ministerial.

    Mas o presidente vem se mostrando irredutível em jogar as trocas na Esplanada para o fim do ano, para casá-las à sucessão na Mesa Diretora da Câmara e do Senado.

    Além disso, o forte respaldo dado pela bancada do União Brasil a Juscelino dificulta a movimentação do governo, na visão desses líderes. Há um temor de que um embate sobre a permanência de Juscelino no cargo termine por abalar ainda mais a já desarticulada base de apoio do governo no Congresso.