Lula fez promessas e pediu calma ao MST, dizem fontes
Governo minimiza críticas do movimento após encontro com presidente
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Alvo de críticas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu calma e prometeu que o governo irá se empenhar para melhorar as entregas relacionadas à reforma agrária. Lula se reuniu ontem no Planalto com líderes sem-terra, que deixaram o encontro criticando as entregas feitas até agora.
Apesar do tom duro adotado pelo MST na saída do encontro, o governo minimiza as queixas. Segundo relatos de um participantes da reunião, Lula se comprometeu a liberar mais áreas para a reforma agrária. Falou-se em fixar uma meta de assentar cerca de 30 mil famílias, das quais aproximadamente 8 mil seriam assentadas já no curto prazo.
Lula também teria se comprometido em oferecer mais linhas de crédito, para a produção agrícola em terras da reforma agrária.
O esforço do governo neste início de ano pretende aliviar as tensões com o MST num momento em que o movimento começa a dar os primeiros passos para organizar o Abril Vermelho. A data é um marco anual para reivindicações dos sem-terra, por relembrar o Massacre de Eldorado dos Carajás.
Desde o início do atual mandato, o governo Lula enfrenta tensões com o MST. O movimento cobra que seja acelerado o ritmo de assentamentos e pressiona por uma participação mais ativa nas discussões do governo.
Nos bastidores, ministros de Lula apontam o orçamento apertado e a crise fiscal como fatores, mas reconhece a necessidade de se aproximar dos movimentos sociais tendo em vista as eleições de 2026.