Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Clarissa Oliveira
    Blog

    Clarissa Oliveira

    Viveu seis anos em Brasília. Foi repórter, editora, colunista e diretora em grandes redações, como Folha, Estadão, iG, Band e Veja

    Galípolo construiu pontes no PT, mas ainda deve enfrentar fogo amigo

    Petistas próximos ao futuro presidente do Banco Central dizem já esperar cobranças e críticas da cúpula partidária por redução da taxa de juros

    Agora formalmente indicado como novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo recebeu uma enxurrada de felicitações. Ministros, parlamentares e líderes petistas pegaram embalo no anúncio antecipado de sua nomeação para exaltar o economista. Mas, mesmo tendo construído muitas pontes no PT ao longo dos últimos anos, Galípolo não escapará de uma certa dose de fogo amigo, na avaliação de alguns petistas próximos a ele.

    Há no entorno do economista apreensão em relação à presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann. Embora sempre tenha endossado a indicação de Galípolo, Gleisi verbalizou nos últimos anos algumas das críticas mais ferrenhas à atual política de juros. E a tendência, afirmam alguns de seus colegas de legenda, é que o tom duro em relação ao BC seja mantido, mesmo que de forma mais “diplomática”.

    Nas últimas semanas, Galípolo manteve um discurso cauteloso em relação à política de juros, mantendo na mesa inclusive a possibilidade de alta na Selic, se o cenário econômico demandar.

    Mas um fator tende a esfriar progressivamente o fogo amigo petista contra Galípolo, na visão desses mesmos aliados: a troca de comando no partido. O processo para a indicação do novo presidente do PT deve ser desencadeado logo após as eleições. O nome mais cotado para a vaga de Gleisi, por enquanto, é o prefeito de Araraquara, Edinho Silva. Com perfil conciliador, Edinho é um dos petistas mais alinhados ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e é um forte entusiasta da indicação de Galípolo para o comando do Banco Central.

    Um petista que descreve Galípolo como um “grande amigo” disse esperar um processo semelhante ao ocorrido na ascensão de Fernando Haddad dentro do PT. Puxado pela mão do presidente Lula, Haddad enfrentou fortes resistências dentro do partido ao longo dos anos e até hoje trava uma disputa interna com alguns setores da legenda.

    Tópicos