Bolsonarismo especula sobre ‘delator oculto’ após indiciamento
Com ares de teoria da conspiração, tese passou a circular entre aliados do ex-presidente na tarde desta quinta-feira (21)
A confirmação do indiciamento de Jair Bolsonaro e de mais 36 pessoas no inquérito que apura a trama golpista alimentou um clima de melancolia no círculo mais próximo do ex-presidente.
Entre manifestações de descrença e lamentações, alguns aliados passaram a especular uma nova teoria nos bastidores: a de que haveria uma espécie de “delator oculto”, um outro nome, além do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que poderia ter colaborado com as investigações da Polícia Federal.
Tentando explicar a lista extensa de 37 indiciados pela PF, alguns se arriscam até mesmo a traçar o perfil do tal colaborador. A ideia é que seria um militar.
Possivelmente de alta patente e pertencente ao grupo mais íntimo de Bolsonaro.
Embora ganhe ares de teoria da conspiração, a tese sobre o tal delator oculto foi mencionada na tarde desta quinta-feira, sob reserva, por duas fontes com bom trânsito junto ao ex-presidente.
A ideia por trás da teoria é que isso ajudaria a explicar a manutenção da delação de Mauro Cid, após ele negar em depoimento que soubesse do plano para assassinar o ex-presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e Moraes, desvendado pelos investigadores.
A Polícia Federal confirmou na tarde desta quinta-feira que concluiu o inquérito da trama golpista e remeteu o relatório final ao ministro do Supremo Tribunal Federal.
Entre os 37 indiciados, estão, além de Bolsonaro e Mauro Cid, nomes como os ex-ministros Walter Braga Netto e Augusto Heleno.
Há entre aliados do ex-presidente a expectativa de um andamento rápido do processo e de uma confirmação da denúncia pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Nos bastidores, fala-se inclusive na possibilidade de Bolsonaro, uma vez transformado em réu, ser julgado até o meio do ano que vem.
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