Bastidores: A reação de Lula à briga de foice entre governo e Petrobras
Irritado com troca de farpas pela imprensa, presidente deve adiar decisão sobre troca de comando para não rifar Prates e preservar empresa


Diante de mais um capítulo da novela sobre a briga entre governo e Petrobras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tende a adiar qualquer decisão a respeito do comando da petrolífera, desde que a crise não escale. Nos bastidores, o presidente demonstra forte irritação com a troca de farpas e vazamentos por meio da imprensa. Mas, segundo disse ao blog um amigo de Lula, “nada será decidido no calor da fritura”.
A aposta é que Lula só conversará com o presidente da companhia, Jean Paul Prates, na semana que vem ou, quem sabe, até mesmo na outra semana. Até lá, se não houver nenhum fato novo, o assunto deve ficar em suspenso. Até para preservar a Petrobras.
Há um incômodo significativo no entorno do presidente com o fato de ter ido parar na imprensa a notícia de que Prates pediria uma conversa com Lula, revelada ontem pela coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo. Soou como uma convocação, dizem aliados.
Mas também não desceu nada bem o fato de a sondagem feita ao presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em especial, ter circulado com todos os detalhes. A avaliação é que Mercadante quis fazer um gesto a Jean Paul Prates, indicando que não agiu para prejudicar o colega. Com isso, o presidente do BNDES pode até ter desencadeado a sucessão de eventos que resultou em mais esta crise.
Lula, segundo uma fonte próxima, não vai “rifar” Prates. A tese é que uma demissão imediata soaria como uma vitória do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. “Lula não vai rifar o Prates, não desta forma. Seria premiar o outro lado, com quem o presidente também não está nada satisfeito”, afirmou um aliado.