Aliados veem embalo de Bolsonaro com Trump para contestar inelegibilidade para 2026
Atentado contra norte-americano reforça plano do ex-presidente brasileiro para barrar debate interno sobre escolha de candidato, segundo interlocutores
Diante do atentado contra o ex-presidente americano Donald Trump, Jair Bolsonaro vai intensificar o discurso de perseguição política, na esperança de reforçar seu próprio protagonismo político, apurou a CNN.
O primeiro time do ex-presidente está convencido de que a repercussão internacional do ataque abra caminho para contestar de maneira ainda mais enfática sua inelegibilidade.
O time de Bolsonaro avalia que o novo cenário político esvazia as pressões para que ele indique logo um sucessor.
Por isso, afirmam aliados, a ideia é que o ex-presidente agora se coloque de maneira ainda mais explícita como o nome da direita para disputar o Palácio do Planalto em 2026.
O ataque a Trump mobilizou a família Bolsonaro durante todo o fim de semana.
O ex-presidente e seus filhos se manifestaram em defesa do norte-americano. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), segundo relatos feitos ao blog, teria telefonado para um dos filhos de Trump para manifestar solidariedade.
Aliados do ex-presidente também admitem que o atentado contribui para tirar o foco das investigações que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Jair Bolsonaro.
Além de investirem na comparação com a facada de que Bolsonaro foi alvo em 2018, um interlocutor comparou os efeitos na política nacional ao que se viu na morte de Eduardo Campos.
Campos morreu em agosto de 2014, em um acidente de avião, durante a campanha presidencial daquele ano. O acidente teve forte impacto na eleição, projetando a então candidata a vice, Marina Silva, que assumiu a cabeça de chapa.
Após uma reviravolta na corrida, Marina foi derrotada pela então presidente Dilma Rousseff, que comandou uma campanha de fortes ataques à antiga aliada.