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    Clarissa Oliveira
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    Clarissa Oliveira

    Viveu seis anos em Brasília. Foi repórter, editora, colunista e diretora em grandes redações como Folha, Estadão, iG, Band e Veja

    A portas fechadas, Lira volta a criticar articulação e mira Randolfe

    Segundo relatos, presidente da Câmara cobrou do Planalto que converse mais com líderes partidários durante reunião; à CNN, líder do governo rebate críticas e diz que sua missão era adiar sessão sobre vetos

    As negociações que resultaram ontem no adiamento da sessão que analisaria vetos presidenciais colocaram à prova os esforços recentes do governo para pacificar a relação com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Houve avanços, na avaliação do Planalto e da Câmara. Mas ainda restam arestas a serem aparadas, na avaliação de líderes ouvidos pelo blog.

    Uma cena ocorrida ontem resume bem o sentimento. Em uma das reuniões que tratava dos vetos presidenciais, Lira, de acordo com os relatos, voltou-se aos líderes presentes e perguntou se algum deles havia recebido nos últimos dias um telefonema ou convite para conversar com o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AL). Todos silenciaram, segundo uma fonte que acompanhou tudo de perto.

    O presidente da Câmara, então, teria se voltado ao líder do PT da Câmara, José Guimarães: “Tá vendo, Guimarães. Como é que vocês querem votar algo se o líder do governo no Congresso nem sequer conversa com os líderes partidários?”

    Ao blog, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), reagiu.

    “A missão que foi dada a mim pelo presidente Lula é defender o governo. E a diretriz do governo ontem era adiar a sessão sobre a realização de vetos. O diálogo que faço com os líderes é constante. Mas o governo entendeu que a sessão de ontem não estava madura para votação”, disse Randolfe.

    Ontem, como contou o blog, o governo chegou a se mobilizar para tentar convencer Lira a tomar a dianteira e assumir o pedido de adiamento.

    Seria uma forma de responder à resistência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que, segundo informações que circulavam ontem no Planalto, demonstrava resistência em protagonizar o movimento. Mas Lira seguiu defendendo que a sessão de apreciação de vetos fosse realizada.

    Nos bastidores, líderes governistas admitem que ainda há tensões a serem dissipadas na relação com Lira.

    Mas consideram o desfecho das negociações de ontem são uma demonstração de que houve avanços importantes.

    Afinal, ao fim do dia, o governo cumpriu seu objetivo e ganhou tempo para articular a análise de vetos considerados estratégicos para o Planalto.

    O blog procurou o líder do governo na Câmara, José Guimarães, mas ainda não teve retorno.