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    Caio Junqueira
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    Caio Junqueira

    Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

    PF aponta conexão direta entre Cid e comandante do Exército durante trama golpista

    Militares se comunicavam por meio de um aplicativo militar

    As 23 páginas do depoimento do ex-comandante do Exército general Marco Antônio Freire Gomes mostram que a Polícia Federal identificou uma conexão direta entre o então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, com ele durante a trana golpista. Os depoimentos foram obtidos antecipadamente pela CNN.

    Segundo a PF deixa claro nos questionamentos, os diálogos eram feitos por meio de um aplicativo chamado UNA. Trata-se de um concorrente do WhatsApp, que em 2021 foi considerado mediante uma portaria do Ministério da Defesa como Produto Estratégico de Defesa (PED)

    A PF questiona Freire Gomes se eles utilizavam o aplicativo para se comunicar e ele responde que sim.

    Os investigadores inclusive mostram a Freire Gomes um áudio encaminhado a ele no dia 16 de novembro de 2022 por meio do UNA no qual relata que as manifestações em Brasília seriam financiadas por empresários do agronegócio.

    Ele o questiona por que recebia esse tipo de informação, ele diz entender como uma “ação proativa” de Cid “para relatar o andamento das manifestações sem que o depoente tenha solicitado”.

    No depoimento, a PF aponta ainda a Freire Gomes um áudio de Cid na qual ele elogia a nota conjunta divulgada pelos então três comandantes das Forças Armadas na qual ele “comenta a importância do documento para a manutenção e intensificação dos movimentos em frente aos quartéis e o deslocamento para o Congresso, STF e praça dos Três Poderes”.

    A PF, então, questiona Freire Gomes se a nota tinha objetivo de respaldar o movimento em frente aos quartéis, a que ele responde que não e que “tal interpretação foi feita de forma equivocada” e que “o objetivo era demonstrar que as manifestações não deveriam ocorrer em frente às instalações militares e sim no âmbito do Poder Legislativo”.

    Procurado, o advogado de Freire Gomes não se manifestou.