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    Caio Junqueira
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    Caio Junqueira

    Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

    Operação da PF mira estado de Alcolumbre e Waldez Góes

    Um dos presos na operação é integrante do diretório nacional do União Brasil

    A operação Overclean da Polícia Federal (PF) tem como um dos principais alvos o Amapá, estado do senador Davi Alcolumbre (União), favorito para presidir o Senado a partir de fevereiro de 2025, e do ministro da Integração Nacional, Waldez Góes.

    Na decisão da Justiça Federal que autorizou a prisão e a busca de apreensão de diversos suspeitos de integrar um esquema de corrupção por meio de fraude a licitações, o estado é citado dez vezes.

    Um dos presos na operação foi o empresário José Marcos Moura, também integrante do diretório nacional do União Brasil. Na operação, a PF flagrou R$ 1,5 milhão em espécie dentro de uma aeronave que fez o percurso Salvador-Brasília.

    Os investigadores suspeitam que haja um esquema de pagamento de propina envolvendo empresários e agentes públicos.

    No avião foi encontrado uma planilha “contendo relação de contratos e valores, com menção a “MM” — possível referência a Marcos Moura –, totalizando mais de R$ 200 milhões em contratos suspeitos no Rio de Janeiro e Amapá”.

    A menção ao Amapá ocorre em outras situações na decisão.

    Por exemplo, quando diz que “após a instauração do inquérito policial e o deferimento de medidas de afastamento de sigilo telefônico, telemático, fiscal, bancário e de captação ambiental, decretadas no interesse das apurações empreendidas no âmbito do IPL n. 2023.01059 – SR/PF/BA (1007020-14.2024.4.01.3300), foram colhidos elementos importantes de materialidade e autoria de práticas criminosas acima listadas, com abrangência em outros municípios do Estado da Bahia, do Tocantins, Amapá Rio de Janeiro e Goiás, fora do âmbito do DNOCS”.

    Também quando detalha que “os elementos colhidos com a quebra de sigilo telemático demonstraram a atuação direta de MARCOS MOURA no direcionamento de contratações públicas em favor da sociedade empresária Larclean Saúde Ambiental — que é administrada por Alex Parente — nos estados do Amapá e do Rio de Janeiro”.

    Em outra ocasião, menciona que as conversas analisadas demonstram que um dos investigados “contacta MARCOS MOURA com o objetivo de que ele utilize a sua influência com agentes públicos do Amapá e do Rio de Janeiro para favorecer a Larclean em procedimentos licitatórios de seu interesse”.

    A certa altura, a PF detalha especificamente “Fatos Relacionados às Licitações no Rio de Janeiro e Amapá”: “Marcos Moura também atuou ativamente para garantir vantagem competitiva para sua organização em processos licitatórios fora de Salvador. Em conversas captadas entre Moura, Alex Parente e outros membros, identificou-se o interesse em certames licitatórios no Rio de Janeiro e Amapá No Amapá, mensagens de Moura sugerem uma parceria com pessoas ligadas à administração pública local para viabilizar contratos para suas empresas, revelando uma articulação robusta para influenciar processos licitatórios. No Rio de Janeiro, o grupo discutiu estratégias para cooptar empresas e direcionar o certame de forma que favorecesse a empresa Larclean. Essas operações em múltiplos estados indicam a extensão e o alcance da organização, que atua para expandir e assegurar contratos em várias regiões do país”. Alcolumbre e Waldez não foram citados na investigação.

    A CNN procurou o União Brasil, Davi Alcolumbre e Waldez Góes e aguarda um posicionamento. A CNN tenta contato com a defesa de Marcos Moura.

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