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    Caio Junqueira
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    Caio Junqueira

    Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

    Moro encontra Gilmar para tentar construir relação e salvar mandato

    De acordo com relatos, a conversa foi amistosa e tratou de outros assuntos além do processo de cassação

    O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) foi ao encontro do decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, nesta terça-feira (2), véspera da retomada do julgamento do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná que pode levar à cassação do seu mandato.

    A informação foi confirmada à CNN pelo STF.

    De acordo com relatos, a conversa foi amistosa e tratou de diversos assuntos. Não apenas, portanto, do processo por que passa Moro. No encontro, Gilmar fez críticas a Lava Jato, como o interesse de pressionar o Supremo Tribunal Federal. Moro defendeu a operação e teria dito que seu interesse era combater a corrupção.

    O encontro se insere dentro da estratégia de Moro de buscar a salvação do seu mandato no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    Gilmar Mendes é considerado, por interlocutores do senador, um dos maiores obstáculos para a estratégia de Moro ser bem-sucedido no TSE.

    O ministro é muito crítico a Moro e a Lava Jato e próximo ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. A manifestação da PGR é uma das variáveis principais no mapa que Moro vem fazendo para vencer a batalha no TSE.

    Além disso, o senador sabe que uma vitória no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) não significa uma vitória no TSE. Além de tentar reconstruir pontes com Gilmar, a CNN apurou que Moro aposta na relação com o ministro Alexandre de Moraes.

    Ao contrário do deputado cassado Deltan Dallagnol (Novo), Moro tem boa relação com o ministro e há dúvidas no seu entorno até que ponto Moraes consideraria o desejo do governo federal de cassar Moro.

    Não se tem, assim, no entorno de Moro uma visão de que Moraes vai atrapalhar os planos do senador. Ele, ao contrário, chega a ser visto até como um ativo no embate no TSE. O ministro deixa a corte em 3 de junho.

    Outra variável é o papel dos ministros indicados por Jair Bolsonaro (PL), André Mendonça e Kassio Nunes Marques. Ainda no entorno o de Moro, há dúvida sobre a eventual influência que os planos do ex-presidente Bolsonaro e do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), para a vaga de Moro, revelado segunda-feira pela CNN.