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    Caio Junqueira
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    Caio Junqueira

    Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

    Governo vê movimento de Alcolumbre para derrubar Alexandre Silveira

    O senador já fez chegar ao presidente Lula que o ministro não representa a Casa

    Integrantes do governo relataram à CNN que Davi Alcolumbre opera para destituir Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, do cargo. Segundo interlocutores do presidente Lula, o movimento ocorreu duas vezes no final do ano passado, quando o senador sinalizou, ao próprio Lula, que Silveira não representava o Senado e que o posto era cota pessoal do petista.

    A percepção do Palácio do Planalto é que Alcolumbre deverá voltar a carga contra o ministro a partir de fevereiro, já empossado no cargo de presidente do Senado. O senador já fez chegar, ao presidente Lula, o recado de que Silveira não representa a Casa.

    Ambos já foram próximos e integravam o mesmo grupo politico no Congresso. Silveira foi assessor jurídico do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sucessor do próprio Alcolumbre, após a primeira passagem pela presidência da Casa (2019-2021) e indicado por ele para voltar ao cargo.

    No entanto, a relação começou a se deteriorar conforme foram tendo interesses opostos em políticas na área de energia: em especial, na tramitação do projeto de lei que estabelece o marco regulatório das offshores (eólicas em mar aberto).

    O texto foi aprovado pelo Congresso Nacional, com artigos que beneficiam termelétricas a carvão e gás natural, que acabaram sendo vetados por Lula na sexta-feira.

    Para o governo, Alcolumbre foi determinante para que interesses de empresários do setor de gás fossem incluídos e permitiu que “jabutis” em prol do setor alterassem o projeto original.

    Além do PL das offshores, Alcolumbre e Silveira também entraram em rota de colisão ao defenderem nomes diferentes para diretorias de agências reguladoras.

    O ministro queria, por exemplo, indicar o secretário de Energia Elétrica do ministério, Gentil Nogueira Júnior, para a Aneel e o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Pietro Mendes, para a presidência da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

    Alcolumbre, segundo fontes do governo, queria atender a interesses de senadores nessas vagas como uma estratégia para angariar apoios para a candidatura à Presidência do Senado. O governo acabou nem nomeando Gentil para a vaga e Pietro acabou indicado para uma diretoria da ANP, e não a presidência como queria Silveira.

    A CNN procurou Alcolumbre e Silveira, mas eles não se manifestaram.

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