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    Caio Junqueira
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    Caio Junqueira

    Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

    Governo avalia troca no Ibama para viabilizar petróleo na foz do Amazonas

    Um dos nomes ventilados para esse posto é o do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, do núcleo duro do PT e próximo a Lula

    O Palácio do Planalto já considera trocar o comando do Ibama visando acelerar a licença para exploração de petróleo na bacia da foz do Rio Amazonas, na margem equatorial brasileira, segundo a CNN apurou.

    Um dos nomes ventilados para esse posto é o do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, do núcleo duro do PT e próximo a Lula.

     

     

    Ele (ou outro nome) poderia ser colocado no cargo para destravar o processo. O Ibama negou a licença em maio de 2023. A Petrobras recorreu dias depois e, até hoje, aguarda uma resposta definitiva.

    A eventual troca não alcançaria a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Interlocutores do presidente Lula relataram, à CNN, que ela, embora seja contrária a ideia, não se oporia se fosse uma decisão de governo, com todas as condicionantes atendidas.

    Essa leitura está no cerne da declaração de Lula nesta quarta-feira de que “Marina Silva não é o problema”.

    O governo, porém, quer que a licença saia ainda no primeiro trimestre deste ano, dentro de uma estratégia em que a decisão final saia o mais rápido possível, justamente para que o debate sobre a liberação não contamine a COP30 de Belém.

    O Ibama, até agora, na visão do governo, usa a estratégia reversa: atrasar o processo ao máximo justamente para tornar a licença inviável politicamente, conforme a COP30 de Belém se aproxima.

    O governo entende ainda que a Petrobras já atendeu todos os pedidos do Ibama e que o atraso é “político”, segundo uma fonte graduada.

    Nesse sentido, e considerando o prazo que o governo passou a trabalhar, ou o Ibama dá a licença ou o comando do instituto poderá ser trocado. O atual presidente é Rodrigo Agostinho, ex-deputado federal filiado ao PSB e que teve participação ativa na bancada do meio ambiente no Congresso.

    Além do interesse em avançar na exploração de petróleo, a concessão da licença atenderia a principal reivindicação do novo presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), maior defensor dessa iniciativa em razão do poço a ser perfurado ficar na área marinha do estado dele, o Amapá.

    A CNN perguntou a Alcolumbre, nesta semana, se haveria alguma ação política buscando pressionar pela liberação e ele respondeu que “isso é assunto para o Ministério das Relações Institucionais”. Justamente o que trata das interlocuções políticas dentro e fora do governo.

    A própria presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta semana que a estatal já cumpriu todos os requisitos. 

    Procurado, Agostinho não se manifestou.

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