A Federação das Indústrias do estado do Rio Grande do Sul, principal entidade industrial do estado, elege nesta terça-feira seu novo presidente em meio às enchentes e a uma acirrada disputa entre dois empresários: Claudio Bier, candidato da situação; e Thomaz Nunnemkamp, da oposição.

A eleição será feita de maneira remota porque a sede da entidade, localizada no bairro Sarandi, em Porto Alegre, ainda está alagada. São 107 votantes.

A última vez que houve uma disputa foi em 1996. Desta vez, porém, o grupo liderado por Nunnemkamp se insurgiu contra a tentativa do atual grupo de prorrogar seu mandato mais uma vez. No final de 2021 já havia ocorrido uma prorrogação sob a justificativa de que estava em meio a pandemia. Em 2023, a ideia voltou a circular e a oposição se estruturou para a eleição, agendada em dezembro.

De uma maneira, geral, a chapa de oposição pede mais transparência nos processos internos e maior participação dos sindicatos que compõem a federação.

O documento que anuncia a chapa prega, por exemplo, “processos claros de participação, de forma aberta aceitando as diferentes opiniões e tendo como princípio a decisão conjunta, não a decisão do presidente ou de um grupo seleto” e que “os assuntos de reunião devem ser obrigatoriamente discutidos, colocados em votação ou, conforme o caso, encaminhados ao respectivo conselho temático, à respectiva área funcional”.

“Nossa proposta sempre foi de fortalecer os sindicatos”, disse a CNN Nunnemkamp, empresário do setor farmacêutico e pelo vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul.

O candidato da situação, Claudio Bier, atual vice-presidente da instituição, avaliou a CNN que “os projetos até são parecidos”. “O que eu pretendo é modernizar a federação”, afirmou. Ele é empresário do ramo de máquinas agrícolas.

De acordo com ele,”essa oposição se criou porque os sindicatos de algumas cidades resolveram reivindicaram a presidência alegando que a região nunca teve um representante.

Uma fonte que acompanha de perto a eleição relatou à CNN que Bier é “mais ligado aos setores tradicionais e com empresários de porte maior”, enquanto Thomaz é “mais ligado as indústrias de base e de tamanho menor”.