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    Caio Junqueira
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    Caio Junqueira

    Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

    Bancada da bala planeja arquivar PEC da Segurança de Lula

    Um dos líderes da frente, Alberto Fraga relata resistência ao texto do Ministério da Justiça, que rebate críticas e defende diálogo na elaboração da proposta

    A Frente Parlamentar da Segurança Pública, conhecida como bancada da bala, planeja arquivar a PEC da Segurança Pública apresentada nesta terça-feira (8) pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    “Vamos rejeitar e arquivar tudo. Só tem firula ali. O sentimento majoritário da bancada é contrário a PEC”, disse a CNN o deputado federal Alberto Fraga (PL-DF), uma das lideranças da frente.

    De acordo com o parlamentar, a PEC usurpa poder dos estados e não traz solução efetiva para solucionar a crise de segurança no país.

    “Não existe nada de novidade. A montanha rugiu, rugiu e pariu nada”, disse. “Eles (governo) querem criar uma super polícia com a União, tirando atribuições das PMs e colocando guardas municipais na Constituição”, complementou.

    Fraga também aponta que a ideia de que a União elabore um Plano Nacional de Segurança avança sobre competências dos estados. “Aí vem a usurpação de poder, quebrando o pacto federativo. Quando eles colocam que é a União que faz o plano nacional, os estados vão fazer o quê?”.

    O deputado alega ainda que o ponto da PEC que veda contingenciamento nos fundos que abastecem a segurança pública já é previsto em lei. “Quando eles falam que não pode haver contingenciamento nos fundos, isso já está previsto no Susp (Sistema Único de Segurança Pública)”.

    Procurado, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, responsável pela elaboração da PEC, encaminhou um documento explicando a proposta.

    Sobre a usurpação de competências, o texto diz que “a PEC prevê no parágrafo único do artigo 21 que as novas atribuições concedidas à União em relação à segurança pública não excluem as competências comum e concorrente dos demais entes federados, nem restringem a subordinação das polícias militares, civis e penais e a dos corpos de bombeiros militares aos Governadores dos Estados e do Distrito Federal”.

    Sobre os fundos, afirma que “a proposta prevê a constitucionalização dos fundos nacionais de Segurança Pública e Penitenciário, mas, também por sugestão dos governadores, o FNSP e o FUNPEN seguirão como fundos distintos” e que “a nova redação deixa claro que os recursos serão compartilhados entre todos os integrantes da Federação, na forma da lei, vedado o seu contingenciamento”.

    Diz também que “o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, acolheu sugestões dos governadores e da sociedade civil à PEC da Segurança Pública”, que “foram levadas em consideração parte substancial das preocupações manifestadas pelos entes federados durante as discussões, especialmente aquelas relacionadas à suposta perda de autonomia dos Estados”.

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