Assassinato de ciclista reacende alerta sobre segurança pública de Tarcísio
Governador conversou com o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, e pediu que os criminosos fossem presos o quanto antes
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O assassinato do ciclista Vitor Felisberto Medrado, de 46 anos, na calçada da rua Brigadeiro Aroldo Veloso, em frente ao Parque do Povo, no Itaim Bibi, zona nobre de São Paulo, repercutiu mal no Palácio dos Bandeirantes e reacendeu o debate sobre a área da segurança pública no governo do estado.
Desde cedo, quando as imagens chegaram até o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o caso virou prioridade.
Tarcísio conversou com o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, e pediu que os criminosos fossem presos o quanto antes. Em paralelo, a segurança na região foi reforçada.
No fim do dia, Derrite tinha agenda no Palácio dos Bandeirantes. Mas, segundo interlocutores de ambos, a ida ocorreria para uma reunião sobre segurança pública, que já estava agendada e não seria relacionada ao caso.
Até a noite de quinta-feira (13), os criminosos continuavam foragidos. A PM trabalhava com a hipótese de latrocínio, mas encontrava dificuldades para localizar o dono da motocicleta. A suspeita é que se tratava de uma placa fria.
Os investigadores conseguiram constatar, porém, que a placa era a mesma que tentou participar de outra tentativa de roubo, cinco horas depois, no Brooklin, outro bairro nobre de São Paulo. Neste caso, a dupla também atirou contra um motociclista.
O caso se mantém como prioridade do governo paulista nesta sexta-feira (14), pressionado pela onda de protestos contra o crime. Um grupo de ciclistas programou, para o início da manhã de hoje, um protesto no lugar do assassinato.
O receio entre integrantes do governo paulista é que o caso faça novamente a área da segurança pública paulista de objeto para desgastar a imagem do governador.
No segundo semestre do ano passado, uma série de casos envolvendo abusos policiais, como um PM arremessando uma pessoa de uma ponte, e crimes graves, como a execução de um empresário no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, desgastou Tarcísio perante o eleitorado.
Uma pesquisa da Quaest, em dezembro, mostrou que, em abril de 2024, 31% das pessoas classificava a atuação da gestão Tarcísio como negativa na Segurança Pública. O número era minoria, enquanto 33% avaliavam como positiva e 36% como regular.
Já em dezembro, após a sucessão de casos negativos, a maioria das pessoas, 37%, acredita que a atuação era negativa. 27% avaliaram como positiva e 36% ainda julgavam como regular a atuação de Tarcísio na segurança pública do estado paulista.
A leitura entre aliados do governador é que a gestão, com as medidas tomadas nesses casos, o avanço nas investigações sobre o crime em Guarulhos e a elaboração de uma espécie de novo manual para condutas de policiais militares, havia neutralizado as críticas e a pressão sobre o governador e Derrite. Que voltaram com o assassinato do ciclista.