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    Caio Junqueira
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    Caio Junqueira

    Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

    Análise: discurso de Haddad é roteiro da campanha da reeleição de Lula

    Ministro apresenta a economia como eixo central das conquistas do governo a serem apresentadas ao eleitor

    O pronunciamento em rede nacional do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na noite desta quarta-feira (27) traz um roteiro prévio da campanha à reeleição do presidente Lula em 2026.

    Ela apresenta a economia como eixo central das conquistas do governo Lula 3 a serem apresentadas ao eleitor juntamente com comparações de dados do governo atual com os anteriores.

    Cita, por exemplo, um crescimento do país “de forma consistente”, o desemprego “que castigava no período anterior, está entre os mais baixos da história” e a volta do “ganho real do salário mínimo”.

    O combate aos privilégios, um discurso com forte apelo eleitoral, também é citado por três vezes na fala de Haddad.

    Ele disse que, no passado, “a falta de justiça tributária manteve privilégios para os mais ricos”; que “o combate a privilégios e sonegação nos permitiu melhorar as contas públicas” e que “as medidas também combatem privilégios incompatíveis com o princípio da igualdade”, uma alusão á expectativa de aprovar o projeto que combate os supersalários.

    É o “Brasil Mais Forte. Governo eficiente. País justo”, o lema apresentado no perfil do governo do YouTube antes do pronunciamento.

    Outro fio condutor que endossa o viés eleitoral do pronunciamento é a comparação frequente com o passado.

    Haddad disse que “o Brasil recuperou o tempo e o espaço perdidos”, “voltou a ocupar seu lugar de destaque no mundo”, e que o “desemprego, que castigava nossa gente no período anterior”.

    Também lembra que, “no passado recente, a falta de justiça tributária manteve privilégios”, que “já devolvemos ao trabalhador e à trabalhadora o ganho real no salário mínimo”, “esse direito, esquecido pelo governo anterior, retornou com o presidente Lula”, que “vamos aperfeiçoar os mecanismos de controle, que foram desmontados no período anterior” e que “o Brasil de hoje não é mais o Brasil que fechava os olhos para as desigualdades e para as dificuldades da nossa gente”.

    Chama a atenção a forma como as conquistas econômicas e as comparações com o passado aparecem muito mais do que os programas sociais que foram ou revitalizados ou anunciados no governo Lula 3, mostrando que a economia mesmo é que deve embalar o discurso oficial em 2026.

    “Programas como o Minha Casa, Minha Vida e Farmácia Popular ganharam um novo impulso. E novos programas como o Pé-de-Meia, o Desenrola e o Acredita chegaram para combater a evasão escolar, ajudar as pessoas a recuperarem o crédito e apoiar quem quer empreender”, disse Haddad, deixando apenas um dos 15 parágrafos do discurso para os programas.

    Tudo isso com música ao fundo, a bandeira do Brasil ao lado esquerdo de Haddad e a fotografia de Lula ao fundo. Só falta chegar 2026.

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