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    Caio Junqueira
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    Caio Junqueira

    Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

    Em depoimento, empresário executado em aeroporto disse que pagou R$ 10 milhões a policiais

    Antônio Vinicius Gritzbach declarou também ter sido alertado que sua "cabeça" valia R$ 3 milhões

    Em depoimento prestado à Corregedoria da Polícia Civil em setembro, o empresário Antônio Vinicius Gritzbach, executado no Aeroporto de Guarulhos na última sexta-feira (8), disse ter pago R$ 10 milhões a policiais civis para que o inocentassem de um inquérito em que ele era acusado de duplo homicídio.

    No documento, ele diz que o valor inicialmente pedido pelos policiais foi de R$ 40 milhões e que eles alertaram Vinícius que “a cabeça” dele estava valendo R$ 3 milhões.

    Vinícius era acusado de ter mandado matar dois integrantes do PCC depois de tomar conhecimento que outros integrantes da facção queriam matá-lo em razão de perdas financeiras em uma operação de lavagem de dinheiro do crime.

    Segundo investigadores com quem a CNN conversou, ele optou por lavar dinheiro com a comercialização de criptomoedas, mas a operação gerou um prejuízo de R$ 40 milhões, motivo pelo qual ele passou a ser alvo do grupo.

    O depoimento na Corregedoria da Polícia Civil ocorreu em setembro após o Ministério Público compartilhar com o órgão trechos da colaboração premiada de Vinícius que mencionava policiais civis.

    A Corregedoria então priorizou a oitiva de Vinícius antes mesmo das dos policiais suspeitos, por avaliar que o empresário corria risco de morte. Ele acabou assassinado dois meses depois.

    O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, pediu o afastamento dos quatro policiais civis mencionados por Vinícius no depoimento.

    A informação do afastamento foi confirmada a CNN pela própria secretaria.

    O afastamento não é imediato porque há um procedimento administrativo interno da Polícia Civil a ser seguido. A expectativa é de que nos próximos dias a determinação acabe sendo concretizada.

    Na época, eles trabalhavam na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) durante a gestão de Rui Ferraz Pontes, delegado-geral da Polícia Civil entre 2019 e 2022.

    Os quatro policiais civis se somam agora aos oitos policiais militares que a força-tarefa havia anunciado mais cedo que foram afastados pela força-tarefa também por suspeita de envolvimento com o PCC.

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