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    Caio Junqueira
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    Caio Junqueira

    Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

    Tribunal Penal Internacional recebe 646 denúncias contra Maduro após eleições

    Denúncias serão anexadas a um processo que já tramita no TPI desde 2019 e que apura violações de direitos humanos por parte de Maduro durante seu governo

    O Tribunal Penal Internacional (TPI) recebeu desde 29 de julho, dia seguinte à eleição na Venezuela, pelo menos 646 denúncias de violações de direitos humanos por parte do governo de Nicolás Maduro.

    A informação foi passada à CNN pelo advogado Orlando Vieira-Blanco, responsável pelo protocolo das denúncias ao TPI.

    “São 646 casos desde o dia 29 de julho envolvendo prisões arbitrárias, desaparecimentos forçados, perseguições políticas, violações de menores, tortura, segregação política, homicídios, perseguições, tratamentos cruéis e degradantes”, disse Vieira-Blanco à CNN.

    As denúncias serão anexadas a um processo que já tramita no TPI desde 2019 e que apura violações de direitos humanos por parte de Maduro durante seu governo – em especial a repressão aos protestos de 2017, que deixaram mais de 100 mortos.

    “O processo está em estado de investigação. Depois passa para a fase de acusação e sentença”, disse.

    O advogado afirmou que Maduro “pode ser condenado a anos de prisão” pelos crimes.

    “Dependendo da gravidade, pode durar até 30 anos ou a vida toda. Também pode ser punido com confisco de bens, multas e pagamento de indenizações às vítimas”, completou.

    Foi o TPI que emitiu mandados de prisão para o presidente russo Vladimir Putin por crimes de guerra, de deportação ilegal de população (crianças) e transferência ilegal de população (crianças) da Ucrânia para a Rússia.

    As denúncias contra Maduro foram apresentadas ao procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional, Kharim Khan.

    Na segunda-feira (12), Khan divulgou um comunicado dizendo estar “monitorando ativamente” as tensões na Venezuela e confirmou que recebeu “múltiplos relatos de violência e outras alegações” após as eleições.

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