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    Caio Junqueira
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    Caio Junqueira

    Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

    Oposição a Maduro desacredita Brasil e busca apoio na comunidade internacional

    Grupo liderado por María Corina Machado busca aliados "confiáveis" para questionar resultado eleitoral

    Interlocutores da oposição venezuelana relataram à CNN que o grupo desacredita no papel do Brasil como mediador e busca representantes considerados “confiáveis” na comunidade internacional para que se manifestem no sentido de só reconhecer o resultado da eleição após as atas das seções eleitorais serem apresentadas.

    Países como Espanha, Chile e Estados Unidos são considerados na manhã desta segunda-feira (29) os mais confiáveis para liderar o processo de contestação ao resultado eleitoral.

    Todos já se manifestaram nesse sentido. O secretário de Estado americano, Anthony Blinken, disse ter “sérias preocupações de que o resultado anunciado não reflita a vontade ou os votos do povo venezuelano”.

    Os americanos não têm embaixada em Caracas desde as crises diplomáticas com Hugo Chaves, mas há uma divisão responsável pelo país na Embaixada dos Estados Unidos em Bogotá, na Colômbia.

    Além disso, o Carter Center, a ONG pró-democracia fundada pelo ex-presidente americano Jimmy Carter, está presente há mais de um mês na Venezuela para acompanhar o processo eleitoral e têm abastecido a tomada de posição da diplomacia americana.

    O presidente do Chile, Gabriel Boric, disse que seu governo não reconhecerá “qualquer resultado que não seja verificável” e que “os resultados publicados pela Comissão Nacional Eleitoral “são difíceis de acreditar”, razão pela qual exigiu “total transparência das atas de votação e do processo”, e que “observadores internacionais não comprometidos com o governo prestem contas da veracidade dos resultados”.

    A Espanha também é outro player considerado relevante. O Ministro das Relações Exteriores do país, José Manuel Albares, disse que é necessário que os registros de votação das assembleias de voto sejam apresentados para “garantir resultados totalmente verificáveis”.

    Brasil

    O Brasil não está no topo da lista, segundo uma fonte ligada à oposição venezuelana, porque a leitura é de que ele perdeu legitimidade em ser um interlocutor confiável por decisões tomadas ao longo do processo eleitoral.

    A primeira manifestação de Celso Amorim, assessor internacional do presidente Lula e que está em Caracas para acompanhar o processo, desagradou a oposição. Ele disse que a eleição ocorreu sem maiores transtornos e que é preciso que todos os candidatos respeitem o resultado.

    Essa manifestação foi feita antes do anúncio do resultado oficial. O Brasil ainda não se posicionou oficialmente após o anúncio.

    Ainda assim, o incômodo na oposição venezuelana com o Brasil no processo é grande.

    Tem como motivo desde a decisão de não reagir à negativa de que a principal liderança da oposição, María Corina Machado, se candidatasse; até a de não apoiar a demanda dos venezuelanos expatriados para facilitar sua participação no processo eleitoral.

    No Brasil por exemplo há quase 600 mil venezuelanos, sendo metade apta a votar. Mas segundo a comunidade no país apenas 1300 estavam cadastrados cujo cadastro como eleitor é extremamente burocrático. A crítica dos venezuelanos é de que o voto só poderia ser feito na Embaixada da Venezuela em Brasília uma vez que não foram abertos consulados em outras cidades. A ampla maioria deles é crítica a Maduro.

    Também causou desconforto na oposição o fato de Celso Amorim, assessor internacional do presidente Lula, não ter se reunido com lideranças próximas ao principal candidato da oposição, Edmundo González, nem ter se reunido nas últimas semanas com María Corina Machado.

    A CNN procurou o Itamaraty e Amorim sobre as críticas feitas pela oposição venezuelana e aguarda uma posição.

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