Integrantes do governo e empresários ligados ao setor de etanol relataram à CNN apostarem no estado americano da Califórnia para tentar reverter a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar o produto brasileiro.

O motivo é que a Califórnia é o estado que mais compra o etanol do Brasil justamente porque ele é mais “limpo” que o produzido nos Estados Unidos. Comparativamente, o etanol brasileiro emite 20 gramas de CO2 por unidade de energia enquanto o americano emite o triplo disso.

“O processo que me ocorre é verificar como esses estados que importam nosso etanol para cumprir suas metas de sustentabilidade vão se portar. A Califórnia é o principal produtor e tem metas de descarbonização para serem cumpridas que sem o etanol brasileiro ficam mais difíceis de serem alcançadas”, disse a CNN o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), Evandro Gussi.

Nos últimos anos, a exportação de etanol para a Califórnia vem crescendo devido aos altos preços dos créditos de carbono no estado.

Além da questão técnica em si, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, integra o Partido Democrata, sigla mais próxima ao governo brasileiro do que o Partido Republicano de Trump.

Ex-prefeito de São Francisco, é considerado na política americana um dos principais nomes à esquerda e alinhado com pautas desse campo político.