Coppolla: Delação de Mauro Cid é juridicamente nula
"Na ausência de provas substanciais para corroborar a narrativa do golpe e incriminar Bolsonaro e aliados, a PGR construiu suas especulações e achismos agarrada no depoimento do único delator do caso: o Sr. Mauro Cid, antigo ajudante de ordens do ex-presidente"
A delação do tenente-coronel Mauro Cid é juridicamente nula e não encontra amparo em outras evidências, afirmou o comentarista Caio Coppolla durante o programa O Grande Debate desta quarta-feira (19).
“A delação de Mauro Cid é juridicamente nula, não encontra amparo em outras evidências e demonstra que a frágil denúncia da PGR contra Bolsonaro não passa de uma peça de ficção sobre um golpe imaginário”, pontuou.
Após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) junto a outras 33 pessoas na última terça-feira (18), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, retirou o sigilo da delação premiada de Cid.
Bolsonaro foi denunciado por estar supostamente envolvido em um plano que visava instituir um golpe de Estado no país após o resultado das eleições gerais de 2022, que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Como se sabe, houve transição pacífica de poder no Brasil. Ninguém impediu ou atrapalhou a diplomação e a posse do novo governo, muito pelo contrário”, continuou Coppolla. “Que golpe é este, no qual o suposto golpista facilita a transição para o novo governo?”
“Na ausência de provas substanciais para corroborar a narrativa do golpe e incriminar Bolsonaro e aliados, a PGR construiu suas especulações e achismos agarrada no depoimento do único delator do caso: o Sr. Mauro Cid, antigo ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro”, adicionou.
“Por lei, a delação premiada [por si só] não é suficiente para que o tribunal receba a denúncia, muito menos, para que o tribunal fundamente a sua sentença. Tudo que o Mauro Cid disse, precisa ser corroborado por outros meios de prova. Mauro Cid mudou sua versão dos fatos em múltiplas ocasiões, e confidenciou a pessoas próximas que era ameaçado e constrangido para moldar seu depoimento à narrativa das autoridades investigadoras”, finalizou.