Conflito indígena no Paraná expõe divergências entre governos Lula e Ratinho Júnior
Ação do Planalto é classificada como insuficiente e tardia, segundo aliados do chefe do Executivo paranaense
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O conflito na terra indígena da comunidade Avá-Guarani, no Paraná, evidencia dificuldades de coordenação entre os governos federal e estadual, opondo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador Ratinho Júnior (PSD). Ambos os políticos figuram como possíveis candidatos à presidência em 2026.
Aliados de Ratinho Júnior afirmaram à CNN, neste domingo (5), que a ação do Ministério da Justiça de reforço do efetivo da Força Nacional é insuficiente e tardia. Por se tratar de terra indígena, a atribuição é do governo federal.
O governo paranaense argumenta que, caso a legislação permitisse, estaria disposto a intervir diretamente na mediação do conflito. Já o governo federal ressalta que monitora a situação e ampliou o efetivo de segurança na região.
Em outubro, Ratinho Júnior alertou a presidência da República sobre a escalada de violência no local. A percepção do governo do Paraná é de que, dois meses após o alerta, a situação se agravou, com novos ataques contra jovens e crianças. Em sete dias, foram registrados quatro ataques contra indígenas moradores do Oeste do Paraná.
No comunicado remetido a Lula, o governador cobra mais celeridade dos ministérios da Justiça, do Desenvolvimento Agrário e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para “uma solução pacífica que contemple o bem-estar de todos”.
A CNN procurou o governo federal para comentar o caso e aguarda retorno.