Com rivais frente a frente, audiência na Câmara debate dez anos da Lava Jato
Comissão de Fiscalização Financeira e Controle fará um balanço dos desdobramentos e impactos da operação na luta contra a corrupção no país
Investigadores e advogados de alvos da operação Lava Jato foram chamados para ir à Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (21), com o objetivo de debater cara a cara os dez anos de realização da operação que impactou fortemente os meios políticos e empresariais no Brasil.
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle vai realizar audiência para debater o legado da Lava Jato, a fim de fazer um balanço sobre seus desdobramentos e impactos na luta contra a corrupção no país.
A reunião deve marcar ida do ex-deputado Deltan Dallagnol (Novo-PR) à Câmara, agora sem mandato — ele foi cassado pela Justiça Eleitoral no ano passado.
Deltan confirmou que estará presente. Como procurador da República pelo Paraná, ele foi chefe da força-tarefa da Lava Jato.
Também confirmaram que irão à audiência os advogados Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e Alberto Toron, que defenderam investigados da operação.
Há estudiosos entre os confirmados, como Fabio de Sá e Silva, professor de estudos brasileiros da Universidade de Oklahoma (EUA).
Cada participante terá 15 minutos para falar.
A ideia foi proposta pelos deputados Adriana Ventura (Novo-SP) e Kim Kataguiri (União Brasil-SP).
“A Operação Lava Jato, iniciada em 2014, representa um marco significativo na história jurídica e política do Brasil, trazendo à tona complexas redes de corrupção que envolviam diversas esferas do poder público e setores empresariais. Suas investigações conduziram a uma série de processos judiciais, condenações e a recuperação de valores expressivos para os cofres públicos, destacando-se como um dos esforços mais abrangentes de combate à corrupção no país”, destaca Ventura.
“No entanto, a operação também foi palco de amplos debates sobre métodos investigativos e procedimentos judiciais. As discussões envolveram desde a utilização de delações premiadas e a condução de operações, até as garantias dos direitos dos investigados e a publicidade dada às ações e decisões”, acrescenta a deputada, no pedido de realização da audiência.