A denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas é a chave para acessar a íntegra da delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, avaliam advogados ouvidos pela CNN.

“Acredito que agora teremos acesso à delação do Cid. Já deveríamos ter acesso anteriormente, mas a alegação era de que existiam medidas cautelares em andamento”, afirmou Demóstenes Torres, advogado do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier.

As defesas de Bolsonaro, Braga Netto, Anderson Torres e militares que auxiliavam o Planalto também cobram o acesso aos documentos.

Estima-se que Cid tenha prestado mais de 10 depoimentos que juntos formam a colaboração premiada.

A decisão cabe ao ministro relator Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ainda não há, entretanto, perspectiva de que a delação venha à público. Na avaliação dos procuradores, a utilização da denúncia ainda não foi esgotada. Uma das principais razões do sigilo é proteger as informações enquanto as investigações seguem adiante.

Para essas fontes, as chances da justiça ceder a algum pedido dos acusados para realizar uma acareação são improváveis. Apesar disso, os advogados não pretendem desistir dessa estratégia.