O governo federal enfrentará o debate ideológico com mais intensidade diante da chegada do Partido Liberal (PL) à presidência de comissões que tratam de temas sensíveis na Câmara dos Deputados.

O partido, que é casa do bolsonarismo e também o maior de oposição ao governo, garantiu o comando das comissões de Constituição e Justiça (CCJ); Educação; Segurança Pública; além de Esportes e Seguridade Social.

A disposição da legenda é enfrentar o Planalto ao longo de 2024 em discussões como homeschooling (educação em casa), índices de criminalidade no país e a chamada pauta de costume.

A estratégia é fortalecer o partido e campo da direita nas eleições deste ano, explorando discussões consideradas polêmicas na sociedade.

O vice-presidente da Câmara, Sóstenes Cavalcanti, afirmou à CNN que o PL tem direito à cinco comissões por causa do tamanho da bancada.

Para ele, o governo poderia ter evitado o desgaste de evitar a eleição de integrantes do PL para a presidência dessas comissões. “Não foi tratorar. É nosso direito pela
proporcionalidade (tamanho da bancada). O governo errou feio quando quis resistir aos nomes indicados por nós”, destacou.

“Nós do PL, cumprimos os acordos e demos todos os votos nas comissões que são presididas pela esquerda”, complementou.

A base governista brigou até o fim para tentar evitar, principalmente, a eleição de Caroline Di Toni, na presidência da CCJ e de Nikolas Ferreira, no comando da comissão de Educação. Fracassou.

“Lamentável é a educação, tanto assunto importante e um reacionário voltando a temas já resolvidos pela humanidade desde o fim da idade média”, lamentou à CNN o deputado Rogério Correia (PT-MG).

Ele elencou alguns temas que colocam governistas e bolsonaristas em lados opostos. “Negacionismo na vacina, transfobia, banheiros em escola, educação em casa, terra plana”, listou.