Aliados de Bolsonaro não veem organização criminosa em delação de Cid
Existência de vários grupos expõe ausência de centralidade e coordenação, avalia entorno do ex-presidente
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Para aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid não confirma a existência de uma organização criminosa com o intuito de aplicar um golpe de Estado no Brasil — uma das conclusões da Polícia Federal em relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) no fim de 2024.
O primeiro depoimento de Mauro Cid, dentro do acordo de delação, ocorreu em agosto de 2023. O conteúdo foi divulgado por Elio Gaspari neste sábado (25) e obtido também pela CNN.
A interpretação de que não houve organização criminosa vem de investigados e aliados bolsonaristas sobre o que teria ocorrido.
No depoimento, Cid descreve cenário de várias ideias que eram levadas ao então presidente, e não teriam conexão entre si.
O fato de ter citado vários grupos expõe falta de centralidade, na avaliação de apoiadores do ex-presidente.
Cid contou à PF que havia grupos de conservadores, moderados e radicais, compostos por militares e civis dispostos a encontrar uma solução contra derrota nas urnas de 2022.
As investigações, incluindo o relatório da PF, ainda serão objeto de julgamento pelo STF, uma vez confirmada a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR).