Pouco conhecido nacionalmente, mas com chances de ampliar o perfil de eleitor que vota em Kamala Harris. Essa é a avaliação de analistas em política internacional ouvidos pela CNN sobre a escolha de Tim Walz para vice na chapa de Harris à presidência dos Estados Unidos.

Walz tem 60 anos, é um homem branco, governador do estado de Minnesota, remanescente das Forças Armadas. Para Lucas Martins, professor evangélico e progressista da Universidade de Temple na Filadélfia, o vice de Harris tem um perfil capaz de atrair ex-eleitores do ex-presidente americano, e também candidato na disputa, Donald Trump.

“Harris escolheu um nome mais próximo de um eleitorado que ela não alcança. Walz é veterano das Forças Armadas, representante de um estado mais rural e com o perfil mais na linha working-class, a classe trabalhadora. É uma clara tentativa de atrair eleitores mais próximos ao Partido Republicano, embora o escolhido de Harris não ajude diretamente em nenhum estado-pêndulo, uma vez que Minnesota é território democrata”, disse.

A avaliação é compartilhada por Luís Renato Vedovato, doutor em Direito Internacional pela USP.

“Parece que completa a Kamala. O problema é não ser de um swing state”, disse.

O internacionalista João Candido, especializado em Marketing pela Universidade de Illinois, vê desafio para Walz se tornar um nome mais conhecido em todo país.

“O Walz tem bastante experiência em governar, o que pode ser um bom trunfo para a Kamala. Ele também poderia ajudar a fortalecer a presença dela no Meio-Oeste, que é uma região importante nas eleições. No entanto, ele não é tão conhecido nacionalmente, então isso poderia exigir um pouco mais de trabalho para aumentar o perfil dele. E claro, a química entre eles e como eles se complementariam na prática seria algo a se considerar também”, disse.

A formalização da chapa Harris-Walz acontece nesta quarta-feira (7). A convenção do partido está marcada para o dia 19 de agosto.