Banco Central diz que fake news não impactaram uso do Pix
Ferramenta registrou maior queda de fluxo de transferências em janeiro
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O Banco Central (BC) informou nesta quarta-feira (15) que o volume de transações do Pix em janeiro está dentro da variação normal para o início do ano.
Na comparação com o mesmo período de dezembro, as transferências realizadas na primeira quinzena do ano caíram 15,3%. Foi a maior queda desde o início da série histórica.
A queda, no entanto, não teria relação com a onda de fake news sobre o modelo de transação bancária.
A explicação está relacionada ao Natal. Por vir de um período de festas, em que há muitas compras, janeiro normalmente apresenta redução nas transações. Para o governo, tal sazonalidade explica a variação.
Influenciadores e políticos de oposição têm divulgado que a decisão recente da Receita Federal de ampliar o monitoramento do Pix de R$ 5 mil para pessoa física e R$ 15 mil para pessoa jurídica resultaria na cobrança de mais impostos. Diante da pressão, o governo se viu obrigado revogar o ato na tarde desta quinta-feira (15).
“Vamos revogar ato da Receita que mudou valores para monitoramento de movimentações financeiras. Pessoas inescrupulosas distorceram e manipularam o ato normativo da Receita Federal prejudicando milhões de pessoas, causando pânico principalmente na população mais humilde”, afirmou Barreirinhas.
As notícias têm incentivado algumas pessoas a usarem dinheiro no lugar do Pix. Na avaliação de técnicos do governo, porém, o uso do Pix gera facilidades na vida das pessoas que dificilmente serão superadas pelas dúvidas e informações falsas.
Dados
Levantamento realizado pela CNN comparou o total de operações realizadas via Pix no período de 1 a 14 de janeiro ao intervalo de 1 a 14 de dezembro desde o início da série histórica, em 2020, com base no Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) do Banco Central (BC).
Nos primeiros 14 dias de janeiro deste ano, o sistema contabilizou 2,286 bilhões de operações via Pix ante 2,699 bilhões no mesmo período de dezembro de 2024. Equivale a uma redução de 15,3%.
Veja série história sobre a primeira quinzena do ano:
- Janeiro de 2025: -15,29%;
- Janeiro de 2024: -11,02%;
- Janeiro de 2023: -9,89%;
- Janeiro de 2022: -12,91%.
*Com informações de Vitória Queiroz, da CNN
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