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    Américo Martins
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    Américo Martins

    Especialista em jornalismo internacional e fascinado pelo mundo desde sempre, foi diretor da BBC de Londres e VP de Conteúdo da CNN; já visitou mais de 70 países

    Veja como fica a nova bandeira da Síria após a queda de Assad

    Rebeldes mudaram o símbolo da ditadura por um novo estandarte, que remete à luta do país pela independência nos anos 1930

    Os rebeldes que derrubaram o ditador Bashar al-Assad e tomaram o poder na Síria estão promovendo uma série de rápidas mudanças no país, como a suspensão da Constituição e o anúncio da dissolução das forças de segurança que serviram ao governo anterior.

    Mas a mudança mais visível até agora foi a da bandeira nacional.

    O estandarte anterior, com faixas horizontais vermelha, branca e preta, com duas estrelas verdes de cinco pontas no centro, era o símbolo da ditadura da família Assad.

    Bandeira da Síria
    Bandeira da Síria durante regime de Assad • Getty Images/Derek Brumby

    Ela foi arrancada pelo povo de prédios públicos, ruas e residências, sendo substituída pela bandeira adotada pelos rebeldes desde o início da guerra civil no país, em 2011.

    A nova bandeira também tem faixas horizontais, mas as cores mudaram para verde, branco e preto (de cima para baixo), com três estrelas vermelhas de cinco pontas no centro.

    O novo símbolo é o mesmo da época em que a Síria lutava pela independência da França, na década de 1930, e foi escolhido pelos rebeldes justamente para que eles pudessem se diferenciar do brutal regime dos Assad.

    Durante a ditadura, qualquer pessoa que fosse pega com a bandeira dos rebeldes poderia ser presa sob acusação de boicote ao regime.

    As cores das duas bandeiras têm significados parecidos: o vermelho representa o sangue derramado pelos sírios em busca de sua independência, o branco significa o desejo de paz e o preto simboliza a opressão contra os árabes.

    O verde, usado com destaque na bandeira da independência e adotada pelos rebeldes, é a cor que simboliza o islamismo, já que muitos historiadores afirmam que essa era a tonalidade favorita do profeta Maomé.

    As duas estrelas na bandeira da ditadura faziam referências à própria Síria e ao Egito, dois países que se uniram entre 1958 e 1961 na antiga República Árabe Unida.

    Já as três estrelas da bandeira adotada na época da luta pela independência simbolizavam três importantes províncias do país: Aleppo, Damasco e Deir el-Zor.

    Mudanças em outros países

    Mudanças em bandeiras são comuns em países que passam por grandes mudanças políticas, especialmente com a derrota de regimes opressores.

    Foi o que aconteceu, por exemplo, com o fim do regime racista do apartheid na África do Sul e também com a queda de outro ditador árabe, Muammar Ghadaffi, na Líbia.

    No caso da África do Sul, a bandeira de listras horizontais laranja, branca e azul foi substituída por uma bandeira multicolorida que representa a diversidade do país.

    No caso da Líbia, os grupos rebeldes que derrubaram Ghadaffi fizeram algo parecido com a tática empregada pelos sírios: voltaram a usar a bandeira adotada em 1951, ano da independência da nação.

    A nova bandeira líbia tem faixas vermelha, preta e verde, além de uma lua crescente e uma estrela de cinco pontas branca no centro.

    Esse estandarte substituiu o símbolo de Ghadaffi: uma bandeira totalmente verde – a cor favorita do ditador, que chegou a escrever o Livro Verde, com uma descrição de sua ideologia autoritária.

    O livro, assim como a monótona bandeira de sua era, foram descartados com sua queda.

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