O conselheiro especial do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky acusou, nesta terça-feira (16), a Rússia de envolvimento nos ataques sem precedentes da República Islâmica do Irã contra Israel.

Uma espécie de braço direito de Zelensky, Mykhailo Podolyak disse que “a Rússia definitivamente esteve envolvida no planejamento dos ataques”.

Esta foi a primeira vez que uma acusação do tipo foi feita contra o regime russo do presidente Vladimir Putin.

No último sábado (13), o Irã lançou mais de 300 drones e mísseis balísticos e de cruzeiro no primeiro ataque direto feito pela República Islâmica contra o território israelense.

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Podolyak citou como evidência do suposto envolvimento russo o fato de os iranianos terem usado contra Israel “as mesmas táticas” das forças do Kremlin.

“A Rússia vem usando contra a Ucrânia as mesmas táticas usadas pelo Irã”, disse ele, durante uma entrevista exclusiva a um pequeno grupo de jornalistas brasileiros, entre eles a CNN.

Segundo o conselheiro de Zelensky, os russos costumam atacar a Ucrânia com o uso combinado e simultâneo de drones e mísseis.

A tática consiste em lançar primeiro um grande número de drones, que são abatidos de forma mais fácil por voarem em baixa velocidade, com a intenção de sobrecarregar o sistema de defesa aérea do território atacado.

Em seguida, são lançados os mísseis, que são muito mais difíceis de serem interceptados, já que voam em uma velocidade muito superior.

“Esta é uma ação claramente planejada que a Rússia já usa na Ucrânia, e foi adotada da mesma forma pelo Irã”, disse Podolyak, afirmando que os russos também teriam fornecido dados sobre possíveis alvos para os iranianos.

A absoluta maioria dos mísseis e drones lançados pelo Irã foram derrubados, não apenas pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) mas também por caças e militares de países ocidentais como os Estados Unidos, França e Reino Unido.

O envolvimento direto dos militares ocidentais na defesa de Israel criou incômodo na Ucrânia, que espera há meses que o Congresso dos EUA libere uma ajuda de US$ 61 bilhões (R$ 320 bilhões) para o esforço de guerra contra a Rússia, como prometido pelo presidente Joe Biden.

A CNN tenta contato com o governo russo para comentar as acusações ucranianas.