Mohammed Deif é o principal comandante militar do Hamas e foi um dos organizadores dos atentados do dia 7 de outubro de 2023, que deixaram cerca de 1.200 israelenses mortos e mais de 300 sequestrados.

Procurado há décadas pelas Forças de Defesa de Israel, ele foi o principal alvo do ataque com mísseis que deixou pelo menos 71 mortos e quase 300 feridos na Faixa de Gaza neste sábado (13). O Hamas, no entanto, nega que ele tenha sido alvo da ação militar.

Deif é uma figura muito controversa dentro do território palestino e sempre foi odiado pelos militares israelenses, que já tentaram assasiná-lo pelo menos oito vezes.

Em um desses ataques, o comandante do Hamas perdeu um olho e uma mão. Em outro, sua mulher, seu filho de sete meses e uma filha de três anos acabaram morrendo. Mesmo assim, ele continuou planejando novos ataques contra os israelenses.

Logo depois dos atentados do dia 7 de outubro, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu que os militares do seu país iriam matar durante a guerra em Gaza os três principais líderes do Hamas.

Deif era o segundo na lista, atrás apenas de Yahya Sinwar, o líder supremo do Hamas dentro da Faixa de Gaza.

O terceiro nome é o de Marwan Issa, considerado o braço direito de Deif no comando das Brigadas al-Qassam, o braço militar do Hamas. Segundo Israel, Issa foi morto no início deste ano, mas o Hamas nega a versão.

O convidado

O nome completo do comandante militar é Mohammed Diab Ibrahim al-Masri, mas ele ganhou o apelido de el-Deif (o convidado, numa tradução livre) porque se hospeda em casas diferentes todas as noites para evitar ser rastreado e morto por Israel.

Desde o início da guerra, ele continua comandando as forças militares do Hamas dentro do emaranhado de túneis usados pelos seus militantes para se esconder.
Os palestinos também o chamam, às vezes, de “o cérebro”, justamente por ter organizado dezenas de ataques contra Israel.

Considerado oficialmente um terrorista por diversos países como Estados Unidos e Reino Unido, ele também é chamado de um gato com muitas vidas pelos israelenses –pela forma como escapou de vários ataques contra sua vida.

Ele foi preso pelas autoridades israelenses no início dos anos 2000, mas conseguiu escapar durante a Segunda Intifada. Desde então, ele não apareceu mais em público e não deu nenhuma entrevista ou gravou mensagens para os correligionários.

Deif tenta ficar abaixo do radar o tempo todo, tanto que tem apenas três fotografias conhecidas, sendo que em uma ele aparece com uma máscara e em outra, de costas.

Em Maio, o Tribunal Penal Internacional afirmou que iria pedir mandados de prisão contra Deif e outros nomes importantes do Hamas, afirmando que tinham “motivos razoáveis” para acreditar que eles eram responsáveis ​​pelos ataques de 7 de Outubro.

O comandante militar palestino também é acusado de ser o responsável por várioas ataques a bomba em território israelense e pela morte de dezenas de inocentes.